Junho é marcado pelo aumento do endividamento e inadimplência das famílias de Vitória

O endividamento em junho de 2017 atingiu 76,0% das famílias de Vitória, cerca de 96 mil famílias, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O percentual de endividamento ficou 6,7 pontos percentuais (p.p.) acima do valor registrado para o mês anterior e 9,3 p.p. acima do registrado em junho de 2016.

A inadimplência também subiu, com alta de 5 p.p. em relação a maio, registrando 47,1% de famílias inadimplentes no município, representando o maior percentual registrado pela pesquisa iniciada em 2010. O percentual das famílias que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso também cresceu em junho, para 6,4%.

No mês de junho, em comparação com o mês anterior, notou-se que as famílias voltaram a recorrer à duas modalidades de crédito com juros mais caros: o cartão de crédito e o cheque especial. O cartão de crédito, embora ainda não tenha voltado ao topo da lista como o principal tipo de dívida das famílias, cresceu 9,4 p.p. em relação ao mês passado. Já o cheque especial cresceu 9,1 p.p. Em contrapartida, os principais tipos de dívida das famílias de Vitória continuam sendo o carnê (57,6%) e o crédito pessoal (51,1%), que são modalidades mais baratas de crédito e já vinham crescendo gradativamente nos meses anteriores.

Entre os endividados, a parcela de comprometimento da renda com dívidas em junho (como por exemplo, cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimo pessoal, prestações de carro) ficou, em média, de 25,5%, considerado razoável para esses tipos de dívidas. E entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento foi de 57 dias.

A seguir tem-se o comparativo dos resultados de junho de 2017 com o mesmo mês do ano passado (junho de 2016) e com o mês anterior (maio 2017) para todos os tipos de dívidas das famílias de Vitória.

Comentários

O mês de junho registrou um aumento do endividamento das famílias e também da inadimplência e daqueles que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso. Nesse cenário, o aumento do endividamento junto à baixa intenção de consumo das famílias sugere a utilização do crédito para outras despesas correntes do domicílio, como compras de supermercado e pagamentos de contas da casa, por exemplo.

Especificamente nesse mês de junho, o aumento no endividamento foi decorrente de uma maior utilização do cartão de crédito e do cheque especial, o que acende um alerta para os próximos meses, pois são as modalidades mais caras do mercado.

Esse movimento sugere que, esgotado o acesso às outras opções de crédito, que dependem de análises mais complexas para a concessão e ainda possuem restrições, as famílias acabaram por recorrer às modalidades mais imediatas.

No que se refere à inadimplência, a maior dificuldade de pagar as contas em dia é decorrente, principalmente, pelo desemprego ainda elevado. Esse certamente é o fator de maior peso para as famílias, pois compromete diretamente a capacidade de pagamento das mesmas.

Apesar da parcela de comprometimento da renda com dívidas estar num patamar razoável (abaixo de 30%), equilibrar as contas e superar a inadimplência ainda continua sendo um desafio. Nesse cenário de incertezas ao qual o país vivencia, esse tem sido o malabarismo orçamentário do cotidiano das famílias.

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