Intenção de Consumo das Famílias mantém trajetória de crescimento em maio
Apesar do crescimento, ainda há um caminho a ser percorrido para atingir grau de satisfação
Elaboração: Assessoria Econômica Fecomércio ES
Maio 2018. Embora ainda muito abaixo do que seria o nível satisfatório (acima de 100 pontos), a intenção de consumo das famílias de Vitória manteve a trajetória de crescimento iniciada em janeiro de 2018 e apresentou alta de 4,3% em maio frente a abril. Com esse resultado, o índice passou a 47,3 pontos no quinto mês do ano, mas permaneceu no nível de insatisfação. A ICF varia de 0 a 200 pontos, na qual 0 significa insatisfação total e 200 satisfação total em consumir. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador avançou 1,0%.
Na comparação de maio contra abril, cinco dos sete componentes do índice apresentaram variação positiva, com destaque para a avaliação do Nível de Consumo Atual (+20,0%). Em comparação com o ano passado, os índices também apresentaram avanços, com exceção da Compra a Prazo (-14,8%) e do Momento para Duráveis (-1,0%).
Emprego. No mês maio, o componente que avalia o Emprego Atual mostrou queda de 1,5% em relação ao mês anterior, mas apesar disso, esse componente é o que possui a maior pontuação entre os itens pesquisados (100,0 pontos). Esse indicador sinaliza o quão seguro o entrevistado se sente em relação ao emprego atual. Já o das Perspectivas Profissionais cresceu 16,6% nessa comparação, mas permaneceu com o mais baixo valor em pontos entre os itens pesquisados (24,9 pontos). Esse indicador mostra a expectativa do entrevistado sobre uma melhoria profissional nos próximos meses.
Consumo. Os componentes relativos ao consumo apresentaram altas significativas no mês de maio frente a abril, mas continuam em níveis baixos. O Nível de Consumo Atual cresceu 20,0%, marcando 33,3 pontos. Nesse item as famílias analisam seu consumo no tempo, ou seja, se estão comprando mais ou menos quando comparado ao ano anterior.
A avaliação das Perspectivas de Consumo para os próximos meses foi na mesma direção, com alta de 15,9%, mas ainda registrou tímidos 35,1 pontos. Nesse item as famílias refletem sobre o consumo para os próximos meses avaliando se acreditam que será maior ou menor.
Renda e crédito. A avaliação da Renda Atual caiu 1,5% em relação ao mês anterior marcando 55,1 pontos. As Compras a Prazo, na qual avaliam sobre o atual acesso ao crédito em relação ao ano passado, cresceu 2,0% e obteve 52,2 pontos. Já a compra de duráveis, itens mais dependentes de crédito, teve alta de 3,9% frente ao mês anterior, marcando 30,7 pontos.
Intenção de Consumo por Renda Familiar
As famílias de mais baixa renda continuam sendo as que possuem as menores perspectivas de consumir no momento atual e nos próximos meses. Analisando a situação da intenção de consumo por faixa de renda familiar entre as que possuem rendimento de até 10 salários mínimos (s.m.) e aquelas acima de 10 s.m. observou-se que as avaliações das famílias de até 10 s.m. permanecem no patamar de insatisfação (abaixo de 100 pontos), o que tem puxado o índice geral para baixo.
Brasil
Enquanto isso, a ICF apurada para o Brasil cresceu tímidos 0,2% em maio com relação a abril, marcando 87,1 pontos. Na comparação anual (com maio 2017) a alta foi de 12,1%.
Comentários
Mesmo com o crescimento em maio, a intenção de consumo das famílias de Vitória ainda não superou o patamar insatisfatório de consumo. De qualquer forma, há de se considerar que são avanços tímidos, mas importantes para a sinalização do retorno às compras.
Registrando a quarta alta consecutiva e melhorias em praticamente todos os componentes do índice, esses são sinais de que as famílias aos poucos estão melhorando sua situação. As variáveis relativas ao emprego, principalmente aquela relativa à perspectiva, certamente puxaram a alta no índice, levando consigo os avanços na avaliação do nível de consumo atual e futuro. Isso mostra o quanto o emprego e as expectativas das famílias em melhorar sua condição profissional influenciam a disposição em consumir.
No entanto, apesar dos resultados crescentes, o indicador ainda permanece em patamar baixo, não podendo se dizer ainda em retomada do consumo. As famílias de menor renda ainda encontram maiores dificuldades de equilibrar o orçamento familiar mensal, possuindo um maior nível de endividamento e a inadimplência. Esses fatores geram incertezas em relação à capacidade de consumo atual e futura.
Nota Técnica
A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em âmbito nacional, e é disponibilizada às federações estaduais elaborarem as análises de seus estados. A ICF possui capacidade de medir a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família. Trata-se de um indicador antecedente do consumo a partir do ponto de vista dos consumidores. A pesquisa é realizada com cerca de 500 famílias residentes no município de Vitória – ES. A análise dos dados de Vitória-ES é realizada pela Assessoria Econômica da Fecomércio-ES.
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