Intenção de Consumo Aumenta Pelo Terceiro Mês Consecutivo

Intenção de consumo das famílias capixabas, registra aumento de 3,9 pontos em relação a Janeiro de 2016. Apesar do aumento, o índice continua insatisfatório, 32 pontos a menos referente a fevereiro de 2015, quando atingiu 102,3 pontos. A retração do consumo das famílias é um dos fatores que registra, a nível nacional, a queda do PIB do comércio para 8,9%, de acordo com o IBGE. O comércio teve o segundo pior desempenho no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. O PIB – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – teve queda de 3,8% em 2015, a maior desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996. O segundo mês do ano é conhecido como um período de recessão no quesito, em função dos gastos fixos, como IPVA, IPTU e material escolar. Mas, neste ano, o índice registrou aumento de 3,9 pontos.O começo de 2016 dá mostras de que as famílias de Vitória estão mais dispostas ao consumo, de acordo com a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES). Em fevereiro, o índice aumentou 3,9 pontos em relação ao primeiro mês do ano, ficando com 70,3 pontos. Apesar do aumento, o percentual continua abaixo dos 100 pontos – que é a média considerada razoável -, e 32 pontos menor do que em fevereiro de 2015, quando atingiu 102,3 pontos.O presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, percebe o crescimento como algo anormal, em função do período de crise e dos gastos fixos de começo de ano. “É um aumento bom, mas que nos surpreende, na medida em que nos meses de fevereiros de anos anteriores o resultado foi exatamente o contrário. As pessoas tendem a consumir menos nesta época, para ter dinheiro e arcar com estas despesas fixas, como IPVA, IPTU, material escolar, etc”, destaca.Situação de emprego e rendaA situação do emprego permanece a mesma em relação ao mesmo período do ano passado, segundo 30,6% das famílias da capital, e 29,2% se sentem mais seguros. Por outro lado, 60,8% não possuem perspectiva de melhora profissional nos próximos seis meses. Os que esperam obter alguma notícia positiva no quesito somam 34,3%.A renda familiar não agrada a 43,2%, que a consideram pior do que no mesmo período do ano passado, mesmo com o aumento do salário mínimo. Já 21,8% percebem uma melhora na renda – destes, 37,1% recebem mais do que dez salários mínimos, e 34,6% consideram a situação a mesma do ano anterior.Acesso ao crédito ou empréstimo, consumo atual e perspectiva de consumoConseguir crédito ou empréstimo em 2016 tem sido igual ao ano passado, de acordo com 35,7%. Por outro lado, 30,8% consideram estar mais fácil ter acesso a este tipo de auxílio, enquanto 27,3% encontram dificuldades.Na avaliação ao nível de consumo atual, 69,6% disseram estar comprando menos em relação ao ano passado, reflexo das incertezas econômicas no país. A perspectiva de consumo para os próximos meses também é menor, de acordo com 65,8%, principalmente para as famílias com até dez salários mínimos. Já 22% acreditam que o consumo será o mesmo que o ano passado.Bens duráveisA maioria absoluta dos entrevistados (70,9%) veem o atual momento como impróprio para o consumo de bens duráveis – 76,6% destes recebem menos do que dez salários mínimos. Do outro lado estão 14,3% que percebem o momento propício a este tipo de aquisição – destes, 35,1% recebem mais do que dez salários mínimos.O presidente do Sindicato dos Lojistas de Guarapari, Carlos Hoffmann avalia que o efeito pode se dar em virtude das economias feitas durante este período de recessão. É importante, porém, não perder o controle. “Continuamos em uma situação delicadíssima, com instabilidade de emprego e de renda, por conseguinte. A economia deve girar, mas devemos nos resguardar, pois não sabemos o que nos aguarda nos próximos meses”, alerta.

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