Final de semana com espetáculos, intervenções urbanas e bate-papo gratuitos na capital
Projeto “Diálogos no Palco”do SESC/ES reúne quatro grupos capixabas em sua terceira etapa
Para contribuir com a qualificação e circulação da produção de Artes Cênicas no Espírito Santo, o SESC/ES (Serviço Social do Comércio) apresenta a continuação do projeto “Diálogos no Palco 2013/2014”. Nesta terceira etapa, quatro grupos capixabas se apresentam em Vitória, e cada um terá a participação de um artista convidado. Todas as atividades do projeto são gratuitas e abertas ao público.
O evento inicia com a apresentação do Boyásha Trupe de Teatro, com o espetáculo “Credores”, que teve, na primeira fase do projeto, a colaboração da especialista em técnica vocal, Babaya Moraes (MG), nesta sexta-feira, dia 11 de abril, às 19h, na Escola de Teatro, Dança e Música FAFI. A história retrata uma trama repleta de jogos de dominação e embates psicológicos entre os personagens.
No sábado (12), o dia inicia com a intervenção cênica urbana “Corpos Dóceis” da Cia. Urucum, às 10h, nas ruas do Centro de Vitória. A Intervenção Urbana teve a colaboração artística da performer, Samira Borovik (SP), e busca retratar a rotina de uma mulher que lida com tripla jornada.
Às 14h, é a vez do Grupo Extermínio das Artes, com a Intervenção Urbana “Chega”, na Rua Sete, no Centro de Vitória, que também contou com a colaboração da performer Borovik. ‘Chega’ é uma luta de reconquista da dança por um corpo privado de suas potencialidades ao se submeter a um modo de vida servil – o corpo do performer à cultura do seu tempo.
Para fechar o dia, o Grupo Anônimos de Teatro chega com o espetáculo “A Culpa”, que contou com a colaboração artística do diretor Jorge Bweres (PB), às 19h, na Escola de Teatro, Dança e Música FAFI. Em ‘A Culpa’, são questionadas as relações de hierarquia e subordinação que enfrentamos todos os diasBate-papo
Além dos espetáculos e intervenções urbanas, o projeto promove ainda um diálogo, aberto ao público, entre artistas convidados, grupos e encenadores no domingo (13), das 9h às 13h e das 14h às 17h, na Escola de Teatro, Dança e Música FAFI. Na ocasião, serão apresentadas e debatidas as experiências vividas na primeira fase do projeto, quando os grupos locais tiveram contato com os artistas convidados de Minas Gerais, São Paulo e Paraíba.
A terceira etapa do projeto conta com a parceria da FAFI e da Prefeitura de Vitória, através da Secretaria Municipal de Cultura.Diálogos no Palco
Na busca de promover o desenvolvimento artístico, o SESC-ES apresenta o “Diálogos no Palco” que tem como proposta de contribuir com o trabalho técnico-artístico de grupos ou companhias cênicas, trazendo artistas de outras localidades para ‘dialogar’ com as obras prontas destes grupos.
Com investimentos nos artistas e no desenvolvimento da cultural local, o SESC-ES propõe uma ação concreta sobre o processo criativo de grupos cênicos. Os processos de troca entre artistas de outras localidades possibilita ainda aos grupos e companhias locais levarem suas obras a novas esferas, e este contato abre portas de novas fronteiras para a arte capixaba.
Na quarta e última fase do projeto, os grupos levarão seus espetáculos para apresentações em Belo Horizonte, no mês de julho.SERVIÇO: DIÁLOGOS NO PALCODIA 11 (Sexta-feira)Espetáculo: CredoresGrupo: Boyásha Trupe de TeatroHorário:19hLocal: Escola de Teatro, Dança e Música FAFIDuração: 60 minutosClassificação etária: 16 anosDia 12 (Sábado)Intervenção Urbana: Corpos DóceisGrupo: Cia UrucumHorário: 10hLocal: Ruas do Centro de VitóriaDuração: cerca de 2hClassificação etária: LivreIntervenção Urbana: ChegaGrupo: Grupo Extermínio das ArtesHorário: 14hLocal: Rua Sete, Centro de VitóriaDuração: 40 minutosClassificação etária: LivreEspetáculo: A CulpaGrupo: Grupo Anônimos de TeatroHorário: 19hLocal: Escola de Teatro, Dança e Música FAFIDuração: 50 minutosClassificação etária: 14 anosDia 13 (Domingo)Bate-papo: grupos e seus dialogadoresHorário: 9h às 13h e das 14h às 17hLocal: Escola de Teatro, Dança e Música FAFITodas as atividades são gratuitas e aberto ao público.Realização: SESC/ESParceria: Escola de Teatro, Dança e Música FAFI e Prefeitura de Vitória, através da Secretaria Municipal de CulturaMais informações: Departamento de Cultura do Sesc: (27) 3324-1168SINOPSEDia 11 (sexta-feira)Espetáculo: “Credores”, de Boyásha Trupe de TeatroTeka. 39 anos. Escritora.Adolfo. 31 anos. Pintor. Marido de Teka.Gustavo. 43 anos. Ex-marido de Teka. Porém… Adolfo não sabe.A separação de Teka e Gustavo rende um livro onde ela aponta todas as falhas de Gustavo como marido. Movido pelo desejo de vingança, Gustavo se aproxima de Adolfo e coloca em prática um plano de destruição meticulosamente planejado, numa trama repleta de jogos de dominação e embates psicológicos.A obra de Strindberg ganha uma leitura contemporânea pelas mãos dos Boyáshas, propondo uma reconfiguração das “quatro paredes” naturalistas, resultando numa relação intimista do público com o ambiente íntimo do quarto de hotel de Teka e Adolfo, como voyeurs desta intrincada trama.Fruto de um processo de pesquisa orientado pelo diretor Fernando Yamamoto (Grupo Clowns de Shakespeare/RN), o trabalho incluiu um intercâmbio entre os dois grupos no “Barracão dos Clowns”, em Natal, além de visitas do diretor ao Espírito Santo. O espetáculo foi construído com recursos do Prêmio Residência Artística para Grupos de Teatro SECULT 2012, onde a trupe foi buscar ferramentas para a capacitação e o fortalecimento do grupo.Dia 12 (Sábado)Intervenção Urbana: “Corpos Dóceis”, da Cia UrucumA intervenção trata de apresentar o dia a dia de uma mulher que tem que dar conta da tripla jornada. Aparelhada de uma saia feita com armação de ferro em que nela pindura diversos objetos que remetem ao dia de uma mulher que trabalha cuida dos filhos, da casa do marido… Mas num outro momento esta mesma mulher aparelha sua saia com outras coisas e percebe-se no imaginário infantil.Todo dia ela faz tudo sempre igual…Intervenção Urbana: “Chega”, do Grupo Extermínio das Artes“Chega” é uma luta de reconquista da dança por um corpo privado de suas potencialidades ao se submeter à um modo de vida servil – o corpo do performer à cultura do seu tempo. Deste corpo posto em crise, mergulhado na argila, talvez algo importante, em sua generosa anarquia, possa ser oferecido aos homens, como um pequeno presente selvagem. Talvez nada aconteça, talvez esse corpo não possa nem mesmo mais dançar: de todo modo, ele será refeito e sua liberdade afirmada. Com música ao vivo e improvisada, a performance descobre seu desenrolar no momento mesmo da ação, não sabendo seus próprios atuantes até onde ou como chegar.Espetáculo: “A Culpa”, do Grupo Anônimos de Teatro“No mundo de Kafka, a história é o que é: a realidade como é retratada.” (BEGLEY, 2010:178)A Culpa é um mergulho na alma do homem moderno. Um mergulho sem volta. No texto Carta ao Pai, do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924), não há personagens ficcionais. O autor expõe suas intempéries, gostos e desgostos, admoestações, sentimentos e emoções para com seu pai, um homem de postura rígida e marcante. O que poderia ser um grande desabafo se torna uma das grandes reflexões do século XX.Capitaneado pelo indivíduo criado a partir de uma criação coletiva do ator Luiz Carlos Cardoso e do diretor Carlos Ola e inspirado nas obras de Kafka, pode-se ver um ator no palco, buscando transbordar sentimentos ainda em construção, indo ao encontro de dúvidas que vão desde a não aceitação do pai pelo amor, pelo zelo e pelo crescimento do filho até o modo como ele se sentava a mesa.Quem manda e quem obedece? Até onde vão relações de hierarquia e subordinação que enfrentamos todos os dias as, inclusive dentro de casa? Pede-se licença a Kafka para dar um novo significado ao seu discurso, flertando com a dança experimental de Jeremias Schaydegger para (tentar) responder essas perguntas. A Culpa é de todos.
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