Famílias de Vitória que não tem pode pagar dívidas atrasadas atinge o menor nível em 27 meses
O endividamento em maio de 2017 atingiu 69,3% das famílias de Vitória, cerca de 88.316 famílias, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O percentual de endividamento ficou 2,8 pontos percentuais (p.p.) acima do valor registrado para o mês anterior e 4,1 p.p. acima do registrado em maio de 2016. Já a inadimplência, mesmo continuando num patamar considerado elevado, apresentou uma queda de 0,9 p.p. em relação a abril, registrando 42,1% de famílias inadimplentes no município. O percentual das famílias que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso também caiu em maio, para 4,2%. Pela primeira vez na pesquisa, iniciada em 2010, o cartão de crédito não foi o principal tipo de dívida das famílias no mês. Essa modalidade de crédito, muito utilizada no primeiro trimestre do ano, chegou a representar um tipo de dívida para 72,3% das famílias em fevereiro. O mês de abril já havia mostrado um recuo na utilização dessa modalidade de crédito e em maio o percentual ficou abaixo dos 50%: o cartão de crédito passou a ser um tipo de dívida para 35,5% das famílias. Em contrapartida, a ascensão de modalidades mais baratas de crédito, que já vinham crescendo gradativamente nos meses anteriores, ficou mais evidente. No momento, o principal tipo de dívida que as famílias possuem é o carnê, sendo 60,9%. Segunda opção muito utilizada pelas famílias, o crédito pessoal, cresceu para 55,8% em maio. Outro movimento foi o recuo do cheque especial, que havia atingido o maior nível de utilização para toda a série histórica em março (32,3%) caindo para 22,0% em abril e, agora, representou 11,6%. A seguir tem-se o comparativo dos resultados de maio de 2017 com o mesmo mês do ano passado (maio de 2016) e com o mês anterior (abril 2017) para todos os tipos de dívidas das famílias de Vitória.Entre os endividados, a parcela de comprometimento da renda com dívidas em maio (como por exemplo, cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimo pessoal, prestações de carro) subiu para, em média, de 25,8%, considerado razoável para esses tipos de dívidas. E entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento se manteve em torno de 56 dias.Comentários O mês de maio registrou um aumento no endividamento das famílias, porém uma diminuição da inadimplência e daqueles que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso. A intensidade de crescimento da inadimplência havia diminuído na pesquisa anterior e já se esperava uma melhora no indicador para os próximos meses. Certamente, a alta utilização do cartão de crédito e do cheque especial (modalidades mais caras de crédito) nos primeiros meses do ano fará com que o indicador de inadimplência persista em patamares elevados ainda por algum tempo, diminuindo gradativamente. É possível afirmar que a queda da inadimplência continue, pois o percentual de famílias que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas atrasadas caiu consideravelmente em relação ao mesmo mês do ano passado e registrou o menor percentual dos últimos 27 meses. Isso mostra uma melhora das expectativas de pagamento de dívidas atrasadas e, também, a dificuldade por parte das famílias de cumprir os prazos estipulados (entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento se manteve em torno de 56 dias). Outro movimento a favor é que o mês de maio de 2017 ficará marcado pelo mais baixo nível de representatividade do cartão de crédito de toda a série histórica, iniciada em 2010. É a primeira vez que essa modalidade não é o principal tipo de dívida das famílias na pesquisa. O cheque especial, assim como o cartão, também teve sua participação diminuída significativamente. Em contrapartida, os carnês e o crédito pessoal tiveram suas participações aumentadas. A substituição de dívidas que possuem juros mais altos por aquelas de juros mais baixos ajuda a evitar o crescimento exponencial da dívida. Nessa transição, o crédito pessoal é muito utilizado. Já os carnês, mais utilizados para o consumo direto, permitem a negociação direta com a loja com critérios determinados por ela, se tornando uma opção para aqueles que já atingiram o limite do cartão de crédito ou não se encaixam no perfil do sistema bancário. Nas duas opções, se encaixam aqueles que procuram por taxas menores de juros para se financiar. A ascensão dessas duas modalidades de crédito, com juros mais baratos, também podem contribuir para a queda da inadimplência. De certa forma, observam-se as famílias se reorganizando para o consumo: além da mudança do perfil das dívidas, a parcela de comprometimento da renda com dívidas está num patamar razoável (abaixo de 30%). Nesse contexto, o desafio para boa parte delas continua sendo o de superar a queda de renda decorrente do desemprego.Download Pesquisa PEIC: maio 2017.Download PEIC. Análise Assessoria Econômica da Fecomércio-ES: maio 2017.
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