Empresários de Vitória Seguem Desconfiados Neste Final de Ano

Péssimas projeções econômicas, falta de incentivos e queda no poder de compra da população estão entre os fatores que explicam o desânimo do comercianteSe por um lado a pesquisa que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aponta recuo de sete pontos em novembro – o maior do ano – por outro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) mostra que a outra parte da relação de consumo também não está com boas expectativas para este final de ano. O ICEC retrocedeu 5,8% no penúltimo mês do ano, saindo dos 79,3 pontos em outubro, para 74,7 pontos em novembro. Esta é a primeira baixa desde agosto, que, até outubro, havia crescido 3,4 pontos.O Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, vê a queda como reação natural aos últimos acontecimentos. “O cenário é muito instável. São constantes as previsões de queda no PIB, inclusive para 2016. Pelo visto, o Governo transferirá todas as suas contas para que o setor produtivo as pague, em vez de conceder os incentivos prometidos. A queda no poder de compra do capixaba interfere diretamente na forma como o empresário, principalmente o micro e o pequeno, vê e investe no seu negócio”, diz.No geral, todos os índices do ICEC retrocederam em novembro. As condições atuais do empresário do comércio estão 6,8% menores, de acordo com os comerciantes entrevistados. As expectativas do empresário recuaram 6,9%, chegando aos 114,2 pontos. Já o índice de investimento retrocedeu 3,8% e estacionou nos 78,6 pontos.Avaliação por porte e grupo de atividadeO índice de confiança das micro e pequenas empresas reucou 6%, e o indicador que mede as condições atuais do comércio está 13,5% pior, em relação a outubro. A expectativa destes empresários está 7,1% menor do que no mês passado e o índice de investimento caiu 3,8%, derrubando as contratações em 6,2%. Já as médias e grandes empresas aumentaram sua confiança em 4,3% e veem as atuais condições do empresário do comércio 13% melhores. A expectativa cresceu 6,9% e o de investimento registrou queda de 1,2% – apesar disso, a expectativa de contratações aumentou 15,9%-.Na avaliação por porte, todos os principais índices registraram queda, exceto a expectativa do empresário do comércio de bens semiduráveis – que cresceu 0,1%, em relação a outubro – e as atuais condições dos empresários do comércio de produtos não-duráveis – com crescimento de 9,1%-. Já para os empresários de semiduráveis estas condições pioraram 15,8% e para o de produtos duráveis, -5,2%.“A relação de consumo é composta por demanda e a oferta. No momento em que as pessoas estão pensando em parar de consumir, não há porque o empresariado criar expectativas quanto ao aumento nas vendas e isto implica em investimentos menores, queda nas contratações, entre outros fatores advindos da crise econômica que perdura 2015. É óbvio que os empresários estão menos otimistas neste momento, mas ainda falta um mês para o ano terminar. Vamos aguardar”, opina o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Colatina, Carlos Roberto Zorzaneli.NacionalNo cenário nacional o otimismo do empresariado capixaba também segue retraído. O ICEC, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) registrou o menor índice da série histórica, iniciada em março de 2011. Em novembro, o índice alcançou 80,1 pontos, registrando recuo de 3,4% na variação mensal e 27,8% com o mesmo período do ano passado. Os três subíndices também registraram queda, mostrando a tendência de intensificação da piora da atividade econômica e das condições do mercado de trabalho.
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