Consumo cai pelo décimo mês consecutivo em Vitória-ES

Famílias capixabas consumiram menos e batem novo recorde negativo da ICF.A pesquisa que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aponta para um novo recuo da série histórica. Entre julho e agosto, o índice retrocedeu 6,2 pontos e chegou aos 66,8 pontos, ficando muito abaixo do nível considerado satisfatório, de 100 pontos. Nos últimos 12 meses a intenção de consumo das famílias da Grande Vitória diminuiu 40,7 pontos. Nunca a pesquisa alcançou um resultado tão baixo. Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, as sucessivas quedas na intenção de consumo das famílias têm raízes profundas. “A mais recente previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de retração do PIB brasileiro em -1% é sintomática, vexatória. Ficaremos atrás de países subdesenvolvidos, como Índia (7,5%), China (6,8%), México (3%) e Chile (2,7%). Essa redução no PIB é fruto de uma série de fatores que desestimulam o consumo e enfraquecem a economia. O comércio varejista tem feito a sua parte com promoções e outros incentivos, mas entendemos que a situação das famílias não anda boa há um tempo.”, diz. Situação do emprego, renda e acesso ao créditoA situação do emprego se mantém estável para 32,5%, enquanto 29,8% já não se sentem tão seguros. A perspectiva de melhora profissional para o próximo semestre é pessimista para 62,4% dos entrevistados, e outros 30,2% ainda acreditam que haverá progresso em seus respectivos segmentos.A insegurança profissional reflete dificuldades para 43,7% conseguirem acesso ao crédito. Com isso, 57,4% consideram estar comprando menos do que no ano passado – desses, 59% recebem menos do que dez salários mínimos. A perspectiva de consumo até o fim do ano continuará menor do que no ano passado para 52,8% dos entrevistados e 66,7% consideram o atual momento ruim para a aquisição de bens duráveis.“Falta confiança entre o governo, o empresariado e o consumidor. Se continuarmos assim, o dinheiro não circula.” É assim que Aderbauer Ruy Pedroni, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Aracruz, define a atual conjuntura da crise. “Pode ser que haja um caso ou outro de estabilidade, mas a crise está generalizada. Além de todos os impostos que pagamos, ainda temos de cumprir com as obrigações acessórias, que nos sobrecarregam ainda mais. Obviamente todo este custo é repassado ao consumidor. Se não houver uma mudança de postura por parte do governo, por meio de incentivos, teremos mais do mesmo por muito tempo ainda”, completa.

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