Consumo apresenta segundo maior recuo em 12 meses na capital

O mês de março foi marcado pela inflação em diversos produtos, desestimulando a demanda em abril. Impacto tem sido maior entre famílias de menor renda.O consumo das famílias residentes em Vitória teve sua segunda maior redução nos últimos 12 meses. De acordo com a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), o índice recuou 7,1 pontos entre março e abril, chegando aos 61,1 pontos, recuo próximo ao registrado entre outubro (67,4 pontos) e novembro (60,4 pontos) do ano passado.A retração no consumo é reflexo do aumento da inflação na região metropolitana da Grande Vitória, segundo o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. Ele cita a pesquisa que calcula o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada pelo IBGE. “Por meio dela entendemos que se antes as pessoas se privavam do supérfluo, hoje se veem obrigadas a comprar menos do que precisam para sobreviver”, revela.A percepção com a situação do emprego atual é de maior insegurança, apresentando um duro recuo de 12,6 pontos. A insegurança é maior entre os que recebem menos do que dez salários mínimos (-14,8 pontos). A perspectiva profissional para os próximos meses é pessimista para 64,8% das famílias.Situação da renda e acesso ao créditoPara 48,6% a renda está pior, se comparada ao mesmo período do ano passado – destes, 52,4% recebem menos do que dez salários mínimos. Ela está melhor para 15,7% dos entrevistados, sendo que 33,3% deles recebem mais do que dez salários mínimos.Apenas 3% dos que possuem alta renda (recebem mais de dez salários mínimos) têm encontrado dificuldades para a obtenção de acesso ao crédito. Entre os que recebem menos, 37,9% destes relataram dificuldades no quesito.“Está faltando dinheiro”, declara João Elvécio Faé, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Vitória. De acordo com Faé, até mesmo o volume de carros nas estradas tem diminuído, por conta da alta do combustível. “O que mais se vê é loja fechada e desemprego. Os desempregados ainda estão se mantendo no seguro-desemprego, mas ele acaba em três meses e aí a situação tende a piorar”, revela.Consumo atual, perspectiva de consumo e bens duráveisNa pesquisa, 73,8% disseram estar consumindo menos do que no mesmo período do ano passado. A perspectiva é de economizar ao máximo para 69,5% dos moradores de Vitória, que deverão gastar apenas com o necessário, já que 76% consideram o atual momento ruim para a aquisição de bens duráveis – como eletrodomésticos, TV, som, entre outros.

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