Confiança do empresário do comércio recua em maio
Apesar da retração de -5,6%, expectativas dos empresários apresentam leve melhora
Aumento do desemprego, queda do consumo, elevado endividamento, juros altos, têm se traduzido em um cenário econômico complexo para os empresários do comércio de Vitória. Pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) mostra que, em maio, o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) atingiu 70,9 pontos, uma queda de -5,6% em relação a abril, sendo a terceira queda consecutiva no ano. Na comparação com o mesmo período de 2015, o índice registrou uma queda de -5,2%. A queda no indicador foi influenciada pelos três subíndices, o de condições correntes, o de condições de investimento e o de expectativas. Comparado com abril, o subíndice que avalia as condições atuais da economia brasileira, do setor e da empresa (ICAEC), registrou a maior queda (-9,5%). Neste item, destaque para a avaliação da economia brasileira que, para 78,9% dos empresários, a condição atual está pior em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o mercado começa a reagir, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção da Grande Vitória, Ilson Bozzi, que acredita no cenário de retomada de confiança. “As pessoas estão retomando o otimismo, e passando a vislumbrar a confiança. No último mês, vivenciamos uma melhora no setor com a mudança de Governo e o redirecionamento de uma nova equipe, com confiabilidade”, destaca. Investimento e expectativaO subíndice de investimentos do empresário (IIEC) também registrou queda (-5,7%), na qual 80% dos empresários reduziram o nível de investimentos das empresas em relação ao ano passado e 85% possuem a expectativa de reduzir a contratação de funcionários. Os dados refletem a preocupação dos empresários da capital com o cenário econômico do país, influenciando a diminuição de investimentos e as contratações no curto prazo.A demanda do comércio continua em baixa. Nos primeiros quatro meses do ano, o setor acumula retração de -9,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. O baixo consumo é reflexo da incerteza econômica, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Vitória, João Elvécio Faé. “As vendas no dia das mães, por exemplo, foram abaixo do ano passado. Falta confiança do empresário para investir e do consumidor que não tem emprego e encontra dificuldade em conseguir. Essa incerteza atinge todo mundo”, diz. Em relação ao horizonte de curto prazo, o subíndice que avalia as expectativas dos empresários do comércio (IEEC) para os próximos seis meses mostrou variação negativa (-4,4%) e é a terceira queda consecutiva no ano. Apesar disso, é o único subíndice que se encontra no patamar de otimismo/satisfação, com 113,1 pontos. E também, as expectativas são pouco melhores que em 2015, já que o IEEC, que avalia essa expectativa cresceu +1,9% em maio desse ano em relação a maio de 2015. “Ainda é necessária uma condição mais firme no cenário econômico e político para que o empresário volte a investir, mas as perspectivas positivas começam a melhorar”, revela o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri.NacionalNo país, o ICEC sofreu leve aumento em maio (+0,3%) em relação a abril, mas registrou queda de -7,2% em relação a maio de 2015. Para a CNC, “Ainda é precipitado afirmar que há sinais de recuperação plena da confiança do comércio, uma vez que a demanda predomina em nível historicamente baixo, sobretudo em função da deterioração do mercado de trabalho e do encarecimento do crédito. A própria atividade do comércio vem sofrendo perdas consecutivas”, avalia a economista da CNC Izis Ferreira.
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