Confiança do empresário capixaba recua ligeiramente em outubro

Instabilidade econômica e postura do consumidor convergem na retração de 1,2% no otimismo do empresário, segundo a Fecomércio ES

Diante da instabilidade no cenário econômico e da postura do consumidor, a confiança do empresário capixaba registrou 106,4 pontos outubro, uma ligeira retração de 1,2% em relação ao mês anterior (107,7 pontos). De acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), o comportamento é reflexo das quedas nas condições atuais e na expectativa.Assim como o desempenho da inflação em outubro afetou a vida das famílias, o poder de decisão e credibilidade do empresário é igualmente atingido. Desta forma, o índice que avalia as condições atuais do comerciante retraiu 2,1% sobre setembro que teve 9,2%. A queda foi maior quanto à expectativa do empresariado: -3,4% frente aos 8,4% do mês anterior; parte disso é referente à economia brasileira.Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, o crescimento do país na faixa de zero intimida o empresário que está cercado de incertezas e esbarra nas dificuldades para investir. “O empresariado espera por reajuste econômico, mas não acredita que tal acontecerá ainda este ano. As notícias de que a economia não será favorável em 2015 preocupa o investidor, que busca novos caminhos para movimentar a economia”, ressalta.Em outubro, o nível de investimento cresceu 2,5%, ou seja, menos que em setembro, que registrou 4,3%. De igual modo, o indicador de contratações de funcionários avançou 6,3% ante 8,1% do mês passado. A atual situação dos estoques se mantém abaixo de zero: -4,8% sobre setembro com -1,3%. “As lojas de departamentos sentiram mais essa retração, pois trabalham com coleções e esperam esvaziar os estoques”, explica Sepulcri.Avaliação por porte e grupo de atividadeA confiança das empresas formadas por até 50 funcionários retraiu 1,4% em outubro, em relação aos 7,3% de setembro. Isto porque as condições atuais no mês passado pareciam mais favoráveis, o que impulsionava a expectativa e incentivava a contratação de mão-de-obra. Em compensação, o otimismo das empresas com mais de 50 empregados expandiu 10,9% sobre 0,6% de setembro.Em relação aos grupos de atividade, o grupo de não duráveis obteve melhor desempenho em outubro, expandindo 3,2% sobre 0,8% em setembro. Segundo Sepulcri, as famílias priorizam a alimentação que ficou mais cara na virada de setembro para outubro. Diante disso, a o grupo de semiduráveis cresceu 1,2% em relação ao avanço abrupto de 12,2% de setembro. E o otimismo das empresas de produtos duráveis despencou para 6,9% em outubro em relação a 7% de setembro.“Para o consumidor, aquisição de carro, troca de mobília, novas roupas podem, talvez, esperar a chegada do décimo terceiro salário, mas a alimentação não. Isso mostra que o consumidor tem se desdobrado para controlar o orçamento familiar”, diz o presidente da Fecomércio, e complementa que é necessário adotar novas medidas para aquecer as vendas e retomar o controle dos negócios.

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