Após Quatro Altas Consecutivas, Endividamento Recua na Capital

Em julho, 65% das famílias estão endividadas, totalizando cerca de 82 mil, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fecomércio-ES

O endividamento das famílias na capital recuou em julho. Após quatro altas consecutivas, caiu de 66,7% em junho para 65,0% em julho o número de famílias endividadas, o que corresponde a aproximadamente 82 mil famílias, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES). O indicador mostra estabilidade quando comparado a julho de 2015, em que o endividamento atingiu 64,7% das famílias. No país, esse índice vem recuando desde fevereiro, atingindo 57,7% neste mês.

Para o vice-presidente da Fecomércio-ES, Idalberto Moro, a redução no número de famílias endividadas também é resultado da renegociação de dívidas. “As pessoas estão procurando acordar seus débitos para voltar a consumir e recuperar o crédito. E, a insegurança do primeiro semestre fez a população colocar o ’pé no freio’ na hora de comprar, o que também reduziu as dívidas”, afirma.

Apesar da queda na quantidade de famílias endividadas, cresceu 1,3% o percentual de inadimplentes em Vitória, passando para 27,6% das famílias. Por outro lado, o percentual de famílias que não terem condições de pagar as dívidas em atraso (e continuarão inadimplentes) caiu para 6,1%, e sinaliza para o recuo no número de inadimplentes para os próximos meses.

A parcela de comprometimento da renda das famílias com dívidas, como cheques pré-datados, cartões de crédito e carnês de lojas, alcançou, em média, 28,4%, percentual menor que o registrado em junho quando atingiu 29,6%. Nesse contexto, 80,1% estão com 11% a 50% da renda comprometida com débitos. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento ficou em 47,3 dias.

Tipo de dívida

O dinheiro de plástico continua sendo o vilão do endividamento, mas tem caído na preferência representando 57,8% das dívidas das famílias. Já o crédito pessoal que, em 2015, possuía representatividade de 10,8%, hoje chega a 26%. Este ano, com a perda de seus empregos o consumidor está um pouco mais cauteloso e, em última necessidade, estão substituindo por uma forma relativamente mais barata de se financiar, como o crédito pessoal. Na análise por renda familiar, o número de endividados é maior entre as famílias com renda de até dez salários mínimos (69,1%) enquanto para as famílias com renda maior o percentual atinge 38,3%.

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