Queda do PIB em 3,8% preocupa comércio capixaba

A última pesquisa do IBGE que calculou uma queda de 3,8% no PIB caiu como uma bomba de efeito moral em todos. Entre as principais causas está a queda no consumo das famílias, que durante muitos anos puxou o crescimento da economia brasileira e recuou 4% em relação ao ano anterior, revertendo o aumento de 1,3% em 2014. O resultado é reflexo da oscilação de indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda no decorrer do ano passado, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES). A dimensão da crise deu sinais de que não atinge apenas os pequenos comerciantes, segundo o presidente da Federação, José Lino Sepulcri. “Estamos assistindo a grandes empresas, que atuam há décadas e que sempre foram exemplo de gestão eficiente, padecendo ante a crise. Necessitamos de medidas emergenciais para que comecemos a ver uma luz no fim do túnel. Estamos no limite”, afirma.No ano anterior, o recuo havia sido bem menor, de 4,5%. Com isso, a taxa de investimento caiu de 20,2% em 2014 para 18,2% do PIB, no ano seguinte. Para os empresários do Estado, o cenário ainda é de incertezas e, dar fôlego para a retomada de crescimento da economia, vai exigir esforços múltiplos. “Estou há 46 anos no comércio e nunca vivi tempos tão difíceis. É assustador”, diz Audenir Gomieri, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Gabriel da Palha, Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte. Audenir revela o alto endividamento por parte dos empresários como um agravante. “Existe um círculo econômico que não pode ser quebrado: A indústria precisa produzir para o comércio, mas para isto precisa gerar emprego; o comércio necessita que o dinheiro circule para que possa comprar da indústria e revender; o consumidor precisa trabalhar para comprar do comércio o que a indústria produz, mas precisa de emprego para isto. O fim do mês vai chegando e você precisa pagar seus funcionários. Ou você paga ou demite pagando todos os direitos. Se não tem dinheiro no caixa, somos obrigados a pegar empréstimo, que alguns não estão conseguindo cobrir, já que as receitas são insuficientes. E assim segue o ciclo que está cada vez mais complicado de dar continuidade. Ou seja, o cenário é desolador”.

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