Inflação de 2014 fecha em 6,41% com impacto na alimentação e transporte

Os altos gastos com alimentação e transporte dominaram 47% do índice de dezembro, o que intensifica a apreensão e pessimismo do empresário do comércio e do cidadão comum

A inflação fechou 2014 em 6,41%, abaixo do teto na meta do governo, porém acima dos 5,91% apresentados em 2013. Em dezembro do ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,78%, ficando 0,27 pontos percentuais (p.p.) acima da variação registrada em novembro (0,51%). A taxa é menor se comparada ao mesmo período de 2013 (0,92%). As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo Instituto, houve aceleração acentuada na taxa de crescimento de novembro para dezembro nos grupos Alimentação e Bebidas, Transportes, agregando itens que foram responsáveis por 47% do IPCA de dezembro.Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, o resultado veio em linha com a expectativa do mercado. “Ainda que o IPCA no acumulado dos últimos 12 meses esteja abaixo do teto da meta, o empresário do comércio e o cidadão comum permanecem pessimistas em relação a 2015, visto que a tendência é de elevação no custo com alimentação e transporte”, pondera Sepulcri.A variação do grupo Alimentação e Bebidas permaneceu em dezembro com o maior impacto no índice (0,27 p.p.), registrando taxa de 1,08 ante 0,77% em novembro. Tal aceleração na variação desse grupo é consequência do aumento no preço das carnes (3,73% mais caras) e a refeição fora de casa (subindo 1,41%), de modo que o impacto no índice foi de 0,10 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente.“O empresário do ramo de Alimentação foi surpreendido com o encarecimento de 22,21% no preço das carnes. Em novembro, a variação acumulada do item era de 17%. De igual modo, o consumidor fica mais cauteloso e apreensivo com o encarecimento constante de produtos e serviços essenciais no cotidiano”, comenta o presidente da Fecomércio-ES. Além disso, os feijões chegaram a subir 9,26%, em média, e o arroz ficou 1,81% mais caro.O mesmo sucedeu ao grupo de Transportes, tendo variação de 1,38% em dezembro frente aos 0,43% do mês imediatamente anterior, de modo que o impacto foi de 0,26 p.p., semelhante ao grupo Alimentação e Bebidas. A elevação das passagens aéreas (42,53%), cujo impacto foi de 0,20% no índice, foi o principal responsável pela elevação na variação do grupo. O combustível está mais caro também: etanol e a gasolina apresentaram elevação de 1,31% e 0,61%, bem como o ônibus intermunicipal, com expansão na variação de 0,64%.

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