Inadimplência no ES recua pelo terceiro mês consecutivo
O percentual de famílias capixabas com contas ou dívidas em atraso de pagamento (inadimplentes) diminuiu pela terceira vez consecutiva na passagem de novembro para dezembro de 2023. O número daquelas que afirmaram possuir dívidas a vencer (endividados), por sua vez, se manteve estável em relação ao mês anterior, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Fecomércio-ES com base nos dados coletados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta segunda-feira, 8 de janeiro.
A análise da Equipe Connect Fecomércio-ES mostra que a inadimplência atingiu 38,8% dos capixabas em dezembro. Em novembro, o total foi de 39,4%, e em outubro foi de 40,2%. No entanto, em comparação com dezembro de 2022, houve um leve crescimento de 0,2 p.p.
Já o endividamento das famílias se manteve em relação ao mês anterior (89,8%), em contrapartida, houve um avanço de 1,8 p.p. em relação ao mesmo mês de 2022.
No que diz respeito ao número de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso no próximo mês, foi observada uma diminuição de 1,1 p.p. em dezembro comparada a novembro, atingindo um resultado de 21,3%. Em novembro, o percentual foi de 22,4%. Em outubro, foi de 22,8%. Por outro lado, houve um avanço de 0,8 p.p. comparado dezembro do ano de 2022.
Na análise da Fecomércio-ES, o resultado é mais uma sinalização positiva do indicador que reflete uma melhoria da capacidade de pagamento das obrigações financeiras pelas famílias capixabas. De acordo com informações do Serasa, no Espírito Santo, houve recorde de dívidas renegociadas no final do ano de 2023.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC) reflete a dimensão dos compromissos financeiros (endividamento), a capacidade de pagamento (inadimplência) e o comprometimento da renda das famílias do Espírito Santo. A análise desses indicadores possui impactos diretos no consumo futuro.
Em dezembro, as famílias que assumiram obrigações financeiras comprometeram sua renda pelos próximos 7 meses, aproximadamente, sendo que tais compromissos representam 30,5% da renda familiar. Já entre os inadimplentes, o pagamento das dívidas está atrasado há 67,8 dias. As famílias de renda mais baixa são as que se encontram em maior dificuldade.
Cartão de crédito e financiamento de carro em destaque
Quanto aos tipos de compromissos financeiros, em dezembro de 2023, 86,3% das famílias tinham o cartão de crédito como principal item — como vem acontecendo desde 2011, quando esta pesquisa começou a ser divulgada — seguido por crédito pessoal (9,8%) e carnês (9,1%).
Para as famílias que ganham acima de 10 salários mínimos, houve uma ampliação no que diz respeito a financiamento de carros, chegando a 15,7% e 15,2% nos meses de novembro e dezembro, respectivamente. Tal resultado é maior do que o crédito pessoal (9,8%) e uso de carnês (9,1%) pelas famílias em geral. Ou seja, para as famílias que têm renda maior que 10 salários, o financiamento de carros é o segundo tipo de compromisso financeiro, perdendo apenas para o cartão de crédito.
Texto: C2 Press