Famílias capixabas estão menos dispostas ao consumo, constata Fecomércio-ES
O índice que avalia a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou 120,4 pontos em agosto ante 121,2 pontos em julho. Fatores como a redução da inflação e a desvalorização do real podem ter contribuído para esse resultado
Em agosto, as famílias capixabas estão menos dispostas ao consumo. Este mês, o índice da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou leve retração, registrando 120,4 pontos ante 121,2 pontos em julho, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).
A pesquisa revela queda em índices como a satisfação com emprego atual, perspectiva profissional, acesso ao crédito e ao nível de consumo atual. Na avaliação sobre a expectativa com o emprego atual, o índice apontou retração passando de 133 pontos no mês passado para 129,4 pontos neste mês. Quanto ao futuro profissional, os números também regrediram, apontando cautela: 116,7 pontos em agosto ante 123,3 pontos em julho.
Na avaliação de estar mais fácil ou não adquirir acesso ao crédito ou empréstimos a expectativa também reduziu na avaliação das famílias, indo de 129,8 pontos para 140,7 pontos. Segundo o ICF, 20,1% dos entrevistados acreditam que está mais difícil conseguir empréstimo ou acesso ao crédito para comprar a prazo, ante 19,6% em julho.
Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, fatores econômicos do país contribuíram para esse resultado. “A incerteza da redução da inflação e a desvalorização do real, seguido de um menor otimismo com o mercado de trabalho, vem prejudicando as vendas. Mas, a expectativa é que o mercado reaja ainda neste segundo semestre”, ressalta.
Diferente dos demais índices, a situação com a renda atual, em comparação com o mesmo período do ano passado, cresceu e registrou 145,4 pontos em agosto ante 142,5 em julho. Destaque para as famílias com mais de 10 salários mínimos com 146,5 pontos em agosto enquanto em julho registrou 124,2 pontos.
Já nas famílias com até 10 salários mínimos o índice, de certa forma, permaneceu estável, com 145,2 em agosto e 145,3 em julho. “Isso revela a satisfação da população com a renda familiar, o que pode contribuir para estimular o consumo nos próximos meses”, destaca Jose Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio-ES.Consumo
De acordo com a pesquisa, as famílias não estão favoráveis ao consumo. Isso porque a avaliação do consumo atual em agosto foi de 91,9 pontos, diferente dos 101,9 pontos apresentados em julho. Nesse item, 35,6% das famílias com até 10 salários mínimos disseram estar comprando menos e 24,8% dos que recebem mais de 10 salários mínimos admitiram o mesmo.
Mesmo com recuou no nível de consumo, dois itens apresentaram alta. Na perspectiva de consumo, o saldo cresceu e apresentou 127,5 pontos em agosto, puxado pelos 56,1% dos entrevistados que acreditam que o consumo das famílias será maior do que no segundo semestre do ano passado, contra 108,1 pontos em julho.
O item que avalia o momento para consumo de bens duráveis também cresceu. Este mês, o indicador apontou 102,4 pontos, enquanto no mês passado, o resultado foi de 98,9 pontos. Isso mostra que mesmo que os capixabas estejam menos dispostos ao consumo, 43,3% acredita que deseja um bom momento para o consumo nesse segmento.
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