Famílias Aumentam Intenção de Consumo Neste Final de Ano

O crescimento de 2,1 pontos, registra segundo aumento no ano, e tira o índice de sua menor marca na série históricaA pesquisa que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) na capital capixaba subiu 2,1 pontos em dezembro, chegando aos 62,5 pontos e tem seu segundo resultado positivo no ano (o primeiro registrado de agosto 66,8 pontos, para setembro 69,1 pontos). O mau desempenho resultou no menor resultado da série histórica (60,4 pontos) – 39,6 pontos abaixo da linha dos 100 pontos, nível considerado satisfatório-. O índice é divulgado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES).A aura sentimentalista que envolve as festas de fim de ano impulsiona o consumo, mesmo em um ano crítico para o comércio, segundo o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. “É uma tradição presentearmos nossos entes queridos ao fim de cada ano. As pessoas compram uma lembrancinha, ao menos, por mais que estejam cortando gastos. Daí se tem um pequeno aumento na expectativa de consumo no último mês do ano”, diz.Em Linhares, o cenário não é menos otimista, de acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Linhares, Ilson Alves Pessoa. “Linhares possui uma conjuntura mercadológica um pouco diferente. Nossa região é composta por segmentos variados, como agrícola, industrial, comércio de atacado e de varejo. Essa diversificação contribui para que as pessoas consumam de tudo dentro deste leque, inclusive do comércio. Então projetamos crescimento zero, com um consumo igual ao do mesmo período do ano passado. Outro ponto a se considerar é que os consumidores estão guardando dinheiro para os gastos fixos do começo de ano, para o ano novo, férias e carnaval que acontecerá em seguida. São muitas despesas para um curto espaço de tempo, então o consumidor vai se equilibrando como pode. Acredito que em março devamos ter algum aumento relevante nas vendas”, pondera.Situação do emprego, perspectiva profissional e situação da renda34,1% veem a situação do emprego igual ao do mesmo período do ano passado, enquanto 28,8% sentem menos seguro. Quanto à perspectiva profissional, 56,2% dos entrevistados não acreditam em uma melhora pelos próximos seis meses; os otimistas somam 37,4%, dos quais 41,6% recebem acima de dez salários mínimos. A situação da renda está pior para 53,1% – destes, 57,9% recebem menos do que dez salários mínimos-.Apesar do descontentamento de boa parte dos trabalhadores com os seus vencimentos, o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Cariacica, José Antônio Pupim, vê melhoras nas vendas e percebe no 13º salário um fator para que isto aconteça. “O clima está bom para as vendas e nossas expectativas para dezembro estão se concretizando. A primeira semana do mês foi muito boa. Para que a venda aconteça tem de haver dinheiro e o espírito natalino. Como o pagamento mês de dezembro é mais encorpado, ele deve prolongar o aquecimento do mercado até a primeira quinzena de janeiro”, diz.Acesso ao crédito, consumo atual, perspectiva de consumoO crédito está mais difícil para 40,2% dos entrevistados, enquanto outros 31,9% veem as condições de acesso iguais às do mesmo período do ano passado. 72,6% declararam estar comprando menos do que em 2014 – apenas 8,8% consideram estar comprando mais do que no ano anterior-. O consumo atual está menor do que no segundo semestre do ano passado para 65,8% – sendo que 67,9% destes recebem menos de dez salários mínimos-.Momento para o consumo de bens duráveis62,3% consideram o atual momento ruim para o consumo de bens duráveis (eletrodomésticos, TV, som, etc), enquanto outros 14,3% dos entrevistados discordam e veem o atual momento propício ao consumo deste tipo de bem.NacionalEm dezembro, a ICF estabilizou, após quedas consecutivas no país, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice registrou 76,5 pontos, totalizando um crescimento de 0,1% comparado ao mês de novembro.