Endividamento das famílias cresce em fevereiro e atinge 67,1%
Resultado é a maior taxa para o mês de fevereiro desde 2013. Do total, 7% disseram não ter como pagar as dívidas adquiridas.Após duas quedas consecutivas em dezembro de 2016 e janeiro de 2017, o endividamento e a inadimplência do consumidor de Vitória voltaram a crescer em fevereiro, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES). O percentual de endividamento atingiu 67,1% das famílias no segundo mês do ano, correspondente a cerca de 85 mil famílias da capital e à maior taxa registrada para fevereiro desde 2013.A taxa de inadimplência também cresceu em fevereiro. Foram 4,3 pontos percentuais a mais que o mês anterior, representando a maior taxa registrada para o mês de fevereiro de toda a série histórica. Subiu também, para 7%, o número de endividados que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso. Apesar do aumento, a taxa continua menor que a registrada para o mesmo mês do ano passado, 12,8%.O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, comenta que o início do ano é um período no qual as despesas normalmente aumentam por conta da quantidade de contas, como impostos e matrículas escolares, e também devido ao período de férias de janeiro, que pode representar gastos não programados. “Devidos a todos esses fatores já era esperado que o endividamento e a inadimplência das famílias da capital do Espírito Santo aumentassem em fevereiro”, comenta o presidente.Tipos de dívidaA elevação do endividamento em fevereiro foi influenciada, especialmente, pela retomada da maior utilização do cartão de crédito, já que 72,3% dos entrevistados afirmaram ter dívidas desse tipo. Durante todo o ano de 2016 o que se observou foi o consumidor substituindo dívidas mais caras por aquelas com juros mais baratos, e o cartão de crédito como tipo de dívida havia chegado ao menor nível, 51%, em outubro daquele ano. Em janeiro de 2017 a utilização dessa modalidade de crédito já havia subido e em fevereiro voltou a crescer.Outro movimento preocupante foi o aumento significativo do cheque especial, que atingiu o maior nível de utilização para toda a série histórica, sendo um dos tipos de dívidas para 28,2% das famílias. Esse percentual sempre se manteve em torno de 10% e o segundo maior nível havia sido atingido em novembro de 2016, quando obteve 17,7%.O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Vitória, João Elvécio Faé, comentou que diante do cenário de início de ano, o que se observou foi que as famílias acabaram por optar por soluções mais imediatas e acessíveis de crédito, como o cartão de crédito e o cheque especial. “Isso é preocupante para os próximos meses e vai se tornando uma bola de neve, pois os juros dessas duas modalidades de crédito são os mais caros do mercado”, declara.Entre os endividados, a parcela de comprometimento da renda com dívidas (como por exemplo, cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimo pessoal, prestações de carro) foi, em média, de 26,4%, considerado razoável para esses tipos de dívidas. E entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento é de 54 dias.
Download Pesquisa PEIC: fevereiro 2017.Download PEIC. Análise Assessoria Econômica da Fecomércio-ES: fevereiro 2017.
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