Em 2017, venda no varejo capixaba ampliado acumulou alta de 6,9%
Vendas do comércio em 2017
Dezembro de 2017. Ao longo de boa parte do ano de 2017 foram registrados pequenos crescimentos mensais nas vendas do comércio restrito do Espírito Santo, o que foi importante para manter uma tendência positiva. Mas, nos dois últimos meses do ano de 2017 a tendência se reverteu, mostrando queda de 2,7% em dezembro em relação a novembro, depois da queda de 1,6% em novembro frente a outubro, o que influenciou no resultado final do ano. Na comparação entre dezembro de 2017 com o mesmo mês em 2016, houve recuo de 1,5%.
No entanto, no conceito de comércio ampliado (que inclui os resultados das vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção) o desempenho em dezembro foi positivo, com alta de 7,3% em relação a dezembro de 2016.
Resultados 2017. Com esse resultado, o fechamento do ano de 2017 para o comércio capixaba, na modalidade restrita, acumulou uma retração de 2,3%. Já no comércio ampliado, houve crescimento de 6,9% em 2017. Para o varejo brasileiro, os resultados foram positivos tanto no varejo restrito (+2,0%) quanto no ampliado (+4,0%). Esses resultados foram significativamente melhores que os registrados nos anos de 2015 e 2016.
Desempenho 2017 por atividades. Dos 10 segmentos avaliados, destacaram-se positivamente no ano de 2017 os segmentos de Veículos, motocicletas, partes e peças (+30,5%), de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+26,6%) e de Móveis e eletrodomésticos (+21,5%). Por outro lado, se destacaram negativamente os segmentos de Materiais de construção (-20,5%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-13,2%).
Comentários
Embora não tenha apresentado o resultado positivo esperado, as vendas do comércio capixaba restrito registraram um recuo significativamente menor que no ano de 2016, quando a queda acumulada foi de 10,6%. Já no varejo ampliado, que inclui mais dois segmentos do comércio no cálculo, o cenário foi de avanço, puxado pelo setor de veículos, motos, partes e peças.
Um resultado melhor para 2017 já era esperado pelas entidades que representam o comércio no Estado e no Brasil. De fato, nos anos de 2015 e 2016, a crise foi muito profunda, afetando sobremaneira o desempenho do comércio no Brasil e o Espírito Santo. Já em 2017, com um cenário econômico menos desfavorável, foi possível obter resultados melhores.
Na avaliação da Fecomércio-ES, os resultados em 2017 confirma que a atividade já se encontra em processo de recuperação, embora de forma muito gradual. Diante disso, é esperado que em 2018 esse processo ganhe mais ritmo de forma a tentar recuperar cada vez mais as perdas acumuladas. Os níveis atuais de inflação e juros, historicamente baixos, poderão auxiliar na reação do setor. Cabe registrar que os anos de 2015 e 2016 acumularam, juntos, retração de 18,3% no comércio restrito e 31,2% no comércio ampliado.
De forma geral, o cenário ainda inspira cuidados e tem muitos entraves a serem superados. O fato de 2018 ser um ano eleitoral também influencia o ambiente de confiança de todos os agentes econômicos em relação aos rumos do país. Nesse contexto, a recuperação dos empregos é o grande desafio na direção da retomada do consumo das famílias e da melhora na situação de endividamento e inadimplência das mesmas.
Nota Técnica
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) é disponibilizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A PMC tem por objetivo produzir indicadores que permitam acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no País e nas Unidades da Federação, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista. A presente análise dos dados do Espírito Santo é realizada pela Assessoria Econômica da Fecomércio-ES.
