DESTAQUE FECOMÉRCIO/ES: Endividamento, Inadimplência e Intenção do Consumidor na Grande Vitória

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor é um indicador especialmente relevante, principalmente, para o setor real economia. É essencial acompanhar a tendência do endividamento, bem como sua natureza e dimensão.

O percentual de famílias endividadas em março é significativamente menor que os percentuais dos dois primeiros meses do ano, 58% ante 66% em janeiro e 70% em fevereiro. Também houve uma queda no percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso, passando de 34% para 27%. Entretanto, não terão condições de pagar suas dívidas cerca de 15% das famílias.

São considerados endividados aqueles que afirmam ter parte de sua renda mensal familiar comprometida com dívidas do tipo: cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimos pessoal, prestações de carro e seguros. A pesquisa mostrou que, entre eles, 15% se consideram muito endividados. Os principais tipos de dívidas são o cartão de crédito (74%) e financiamento de carro (18%).

As dívidas ou contas em atraso perduram, em média, por 54 dias, tempo que em fevereiro era de 59 dias. Considerando o total da renda mensal familiar, em média, 34% está comprometida com dívidas mensais, como: cheque pré-datado, cartões de crédito, fiados, carnês de lojas, empréstimos pessoal, compra de imóvel e prestação de carro e seguro.

O aumento no endividamento das famílias nos primeiros meses do ano é esperado devido à quantidade de pagamentos que devem ser realizados nesse período, como pagamento das compras do final de ano, matrículas escolares, IPVA, entre outros.

Diante disso, as famílias usam vários meios possíveis para postergar ou parcelar algumas dívidas, utilizando para isso principalmente o cartão de crédito. O aumento da inadimplência potencial, que chegou a 15% em março é o fator que chama mais atenção.

ICF – Pesquisa de Intenção do Consumo das Famílias

MARÇO 2010

Leve recuo do índice em março não abate o otimismo do consumidor na região metropolitana de Vitória para perspectiva futura

O Índice de Consumo das Famílias (ICF) é um indicador que tem a capacidade de antecipar o potencial das vendas do comércio através da captação de dados do consumo das famílias. Como as avaliações do consumidor em relação ao futuro são tomadas em um horizonte de 3 a 6 meses, o ICF é um importante indicador antecedente do comportamento do consumo das famílias.

De janeiro a março, o ICF apresentou um recuo, entretanto, pode-se dizer ainda que haja otimismo dos consumidores, pois o indicador acima de 100 pontos revela um sentimento otimista entre os consumidores. No mês de março em relação a fevereiro, o índice ficou praticamente estável, com leve alta, passando de 127,5 para 128,8 pontos.

A queda do índice em fevereiro e março pode estar essencialmente ligada ao índice que traduz a percepção dos consumidores em relação ao “momento para duráveis (eletrodomésticos, TV, som, etc.)”, na qual o mesmo analisa se o momento é bom ou ruim para se comprar esse tipo de produto. A pesquisa revela uma influência negativa provocada pela retirada das medidas de alíquotas reduzidas no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Em contrapartida, os consumidores acreditam que o consumo das famílias e da população em geral tende a ser maior nos próximos meses. O percentual daqueles que afirmaram que o consumo será maior passou de 41,7% em fevereiro para 60,1% em março, demonstrando o otimismo em relação ao consumo no futuro próximo.