Desempenho da economia preocupa o comércio
“A economia nacional atravessa uma fase de baixo crescimento e de preocupantes desequilíbrios em alguns setores, como é o caso do permanente déficit fiscal e do crescimento da dívida pública, da inflação, da estagnação industrial, da deficiente infraestrutura dos transportes e do balanço de pagamentos”.Este é um trecho do vigoroso documento produzido pela Confederação Nacional do Comércio, na reunião da diretoria na última quinta-feira. “É uma posição corajosa, mas realista. Não adianta querermos nos enganar”, sublinha o presidente da Fecomércio-ES, José LinoSepulcri, presente ao encontro. “A preocupação do comércio é grande”.Análise é boa, franca e oportuna, destaca a CNC entre entidades congêneres. O objetivo “é alertar”, sobre os rumos da economia, diz José Lino.Desempenho por setorO texto da CNC ressalta as “taxas memoráveis de expansão” da agricultura, com o recorde histórico de produção de 196 milhões de toneladas de grãos, e diz que o comércio de bens, serviços e turismo “após longo período de crescimento médio anual da ordem de 8%, vem declinando sucessivamente e poderá registrar aumento de cerca de 5% neste ano”.O dirigente da Fecomércio-ES afirma que “a luz amarela está acesa. As vendas em janeiro,fevereiro e na primeira quinzena de março foram muito fracas”. Mas, segundo a CNC, “a estagnação do setor industrial é a mais evidente, com uma queda de 0,8% em 2012, crescimento mínimo de 1,3% em 2013 e previsão de 1,5% para 2014”.Para o presidente da Fecomércio-ES, “essa situação está refletida nos resultados do comércio”,Desempenho por setor IIA análise assinada pelo presidente da CNC, Antônio Oliveira Santos, também se refere com preocupação à área externa da economia do país.Veja o comentário:“As exportações brasileiras, cresceram 26,8% em 2011, sofreram queda de 5,3% em 2012, zero por cento em 2013, e têm perspectiva de crescimento zero também em 2014. Já as importações superaram as exportações em 2013 e deverão ter crescimento nulo neste ano”. O texto cita também o déficit de US$ 81,4 bilhões nas transações correntes (resultado de todasas operações do país com o exterior) em 2013 e a expectativa de um buraco de US$ 78 bilhões em 2014”, “com evidentes dificuldades de financiamento externo”.Pontos cruciaisA Confederação Nacional do Comércio destaca alguns pontos críticos da economia brasileira.Veja: A “pesada carga tributária”, próxima a 38% do PIB (principal queixa também dos empresários capixabas ouvidos pela Findes): “a extraordinária burocracia fiscal, que chega a representar um ônus adicional entre 3% e 10% do faturamento das empresas, apenas para administrar o pagamento dos tributos, sem mencionar os custos para a abertura ou fechamento de empresas”; e as taxas de juros reais mais altas do mundo, que afetam o financiamento do capital de giro das empresas, “independentemente dos créditos subsidiados dos bancos oficiais para alguns setores”. Isto é Brasil.Fonte:Coluna Economia Capixaba – Angelo Passos –Jornal A Gazeta 16-03-2014