Confiança dos empresários de Vitória registra maior índice desde dezembro

Os donos de médias e grandes empresas, no entanto, estão mais receosos e menos otimistasA confiança do empresário do comércio vem se recuperando mês a mês, desde o final do ano passado. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), que mede o quesito, alcançou 77,5 pontos em fevereiro, registrando um aumento de 5%, segundo a pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES).A situação econômica do país interferiu no otimismo dos empresários. O Índice das Atuais Condições do Empresário do Comércio subiu 19,9% este mês, chegando aos 39 pontos. Já o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio aumentou 4,7%, alcançando 116,8 pontos; e o Índice de Investimento do Empresário do Comércio retrocedeu 0,7% e está com 76,7 pontos.De acordo com o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, o momento econômico ainda inspira cuidados, mas existe um aumento na intenção de consumo e a diminuição da inadimplência, que injetam ânimo para que os empreendedores toquem os seus negócios. “Estes resultados positivos são comuns no último trimestre de cada ano e tendem a recuar no início do ano seguinte, em função dos gastos obtidos e das despesas fixas, inerentes ao período. Esperamos que esta onda não seja apenas momentânea, mas que se torne rotina no restante deste 2016”, destaca.Por porteAs empresas com mais de 50 funcionários se mostraram mais receosas com as condições atuais do empresário do comércio (-0,8%), enquanto empresas de menor porte (com até 50 funcionários) aumentaram sua aprovação em 20,4% em relação a janeiro. Para as empresas de grande porte, o pessimismo continua em relação à expectativa da economia brasileira (-3,6%), assim como a expectativa de contratação de funcionários também retrocedeu (-14,7%).“É uma situação atípica, de fato”, opina Audenir Gomieri, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Gabriel da Palha, Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte. De acordo com Gomieri, o resultado em Vitória não reflete a realidade do interior. “Percebo que o grande comerciante reclama tanto quanto o pequeno. A diferença é que o primeiro tem uma ‘gordurinha’ para queimar, enquanto o pequeno vive a dura realidade do dia a dia. A única empresa que continua se expandido é a ‘aluga-se’. Para se ter uma ideia, em Águia Branca, por exemplo, oito das 48 lojas do município (10%) fecharam as portas nos últimos quatro meses. Não dá para se ter boas expectativas diante de um cenário como este”, pondera.Por grupo de atividadeOs três grupos de atividade alcançados pela pesquisa estão confiantes quanto ao desempenho da economia brasileira: semi-duráveis (16,2%), não-duráveis (26,4%), duráveis (14,1%). Apesar disso, a expectativa de contratações continua baixa nos três setores – a menos animadora das previsões está no setor de semi-duráveis (-25,9%).

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