Brasil ainda embarca borracha para importar pneus: valor agregado das exportações continua inferior
Brasil ainda embarca borracha para importar pneus: valor agregado das exportações continua inferior ao dos produtos importados, alerta FecomercioQuilo do produto brasileiro custa US$ 0,35, enquanto o do “Resto do Mundo” vale US$ 1,01 A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) alerta que o valor agregado das exportações brasileiras ainda é muito menor do que o dos produtos trazidos de fora. Fazendo uma analogia simplista, mas bastante ilustrativa, o país ainda exporta borracha para importar pneus. Além disso, nossa competitividade é sustentada apenas por fatores da natureza, muito aquém do que se deseja de um país que quer ser potência mundial.
A entidade pondera que embora a pauta brasileira de exportações tenha sofrido incrementos, a do “Resto do Mundo” melhorou muito mais, ou seja, relativamente nós pioramos. Tomando como base o período comparativo de 2002 a 2007, as exportações do Brasil cresceram ano a ano e o valor cresceu mais do que o peso, ou seja, estamos exportando com valor agregado maior. O crescimento do valor total entre 2002 e 2007 foi de 166%, sendo que o peso exportado cresceu 56% e o preço por quilo cresceu 70%. No entanto, neste mesmo período, uma vez analisadas as importações verifica-se que o Brasil importou 155% a mais em 2007 com relação a 2002. Esse crescimento veio de 30% de aumento do peso importado e 96% da elevação do preço por quilo do produto estrangeiro, neste período.
Segundo a Fecomercio, mais importante do que isso tudo é que em média o produto brasileiro custa US$ 0,35 por quilo e o do resto do mundo US$ 1,01 por quilo. O quilo importado é três vezes mais caro do que o exportado. Se supusermos, por mera figura de retórica, que a densidade média das exportações é a mesma das importações, o Brasil precisa mandar três navios de produtos para receber um.
A entidade finaliza ressaltando que entre 2002 a 2007 poucos produtos cresceram tanto de preço quanto as commodities, o que de forma geral nos favorece. Ou seja, em média nossa competitividade é dada apenas por fatores da natureza, muito aquém do que se deseja de um país que quer ser potência mundial. Isso porque o país não consegue realmente dar grandes saltos de produtividade, tem problemas no manejo cambial e não consegue estimular de fato a competitividade. Dessa forma, a média de preço dos produtos exportados teria que ser maior do que dos importados, e certamente isso ocorre com Japão, Estados Unidos, Alemanha e, China atualmente.
Observação metodológica: Essa análise refere-se ao Brasil versus o “resto do mundo” (terminologia econômica para designar os outros países do mundo) e não uma comparação específica com países selecionados, que poderiam trazer distorções da conclusão.
Mais informações:Ana Paula Rogers – aprogers@fecomercio.com.brAline Queiroz – aqueiroz@fecomercio.com.brGisele Cabrini – gcabrini@fecomercio.com.brTelefones: (11) 3254-1752 / 1753 / 1754