Avanços tecnológicos e sobrevivência

Fonte: Correio Braziliense | Foto: Ascom/CNC

Nas conjunturas de crise, como a que o Brasil está atravessando atualmente, todas as empresas sofrem algum abalo ou danos, especialmente as de menor porte, que são mais vulneráveis do que as médias e grandes, com estrutura capaz de melhor adaptarem-se às flutuações dos negócios. De um modo geral, todos são atingidos: os Governos perdem arrecadação, as indústrias reduzem a produção, o comércio e os serviços diminuem as vendas e o mercado de trabalho encolhe, com o consequente aumento do desemprego da mão de obra e da renda dos trabalhadores.

Nesse contexto, os lucros são reduzidos e caem os investimentos, gerando um círculo vicioso de recessão, em que a perda de ganho de um setor afeta os demais e vice-versa. A conjuntura recessiva cria um certo darwinismo empresarial, em que os mais fortes se adaptam, se fortalecem e sobrevivem. As indústrias e os setores de serviços são os que primeiro e com maior intensidade sofrem os efeitos das crises. Mas o comércio, também, acaba sendo afetado.

Até o ano de 2014, as vendas do comércio varejista ainda expandiram 2,2%, mas a partir de 2015 as vendas caíram, chegando a menos 4,3%. Em 2016, a queda foi de 6,2%, quando foram fechadas 108,7 mil lojas no Brasil. Em 2017, segundo levantamento da CNC, de janeiro a março, 9.965 estabelecimentos comerciais com vínculos empregatícios encerraram suas atividades.

Apesar do resultado negativo, o ritmo de fechamento de lojas é o menor para o primeiro trimestre desde 2015. Também contribui para criar perspectivas otimistas o resultado das vendas do primeiro trimestre (+2,4%), o melhor desde o terceiro trimestre de 2014 (+2,7%).

Em relação aos primeiros três meses de 2016, a variação do fechamento de lojas alcançou (-) 73,2%, já que 37.179 lojas fecharam as portas. A região que mais perdeu lojas foi a Sudeste (5 mil), sendo São Paulo o estado com maior número (2.497). Os segmentos que mais perderam estabelecimentos, nacionalmente, foram: hiper e supermercados (3.779 lojas fechadas), vestuário e calçados (1.733) e artigos de uso pessoal e doméstico (1.025).

Mais recentemente, em maio deste ano, o volume de vendas do varejo caiu 0,7% frente a abril, mas cresceu 4,5% em relação a maio do ano passado, evidenciando que a situação apresenta alguns sinais de melhora, no entanto mostrando que o comercio ainda não saiu da recessão completamente.

Nesse ambiente recessivo, no Brasil, como em todo mundo, vivemos hoje uma verdadeira revolução tecnológica, que afeta particularmente o comércio e a prestação de serviços, setores que se apresentam em permanente transformação para se ajustarem à realidade.

Enquanto a globalização e a conectividade reduziram a distância entre os mercados, os consumidores passaram a ter novos hábitos e preferências. A nova geração de aplicativos, a criatividade e as boas ideias têm germinado formas de criação de valor capazes de suprir as carências do mercado e o surgimento de negócios mais variados.

A tecnologia da informática gerou o e-commerce, a maior revolução comercial dos últimos 50 anos. Paralelamente, no mercado de trabalho a convivência com os problemas do desemprego deu origem e estimulou o empreendedorismo e novos tipos de microempresários. No âmbito empresarial, confere-se cada vez mais destaque às novas formas de administração, buscando reduzir os riscos operacionais a alcançar menores custos e maiores resultados, mediante o uso de técnicas de compliance e de gestão corporativa.

Esses problemas e essas sucessivas mudanças têm que ser acompanhadas e assimiladas por todos os empresários do comércio, grandes e pequenos, nos dias de hoje.

É uma questão de sobrevivência.

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