Seis grandes preocupações do comércio

O comércio capixaba antevê um primeiro semestre ruim para vendas em 2014. A expectativa é das mais baixas para início de ano desde 2009, quando o tropeço da economia global refletiu-se no Espírito Santo mais do que em outros Estados, em função da ligação do PIB local com o exterior.

Empresários do setor listam seis fatores considerados mais preocupantes:

Inflação – A gasolina está mais cara, com repercussão nos custos de diversos bens e serviços. É combustível, literalmente, para elevar a inflação que já beira 6% ano, encarecendo a produção e inibindo o consumo – o que mais temem as lojas. A indexação de preços continua viva.

Crediário mais caro – A Selic voltou aos dois dígitos após 20 meses, sem evitar o avanço inflacionário. A taxa básica de 10% (juro real de 4%, o mais alto do planeta), encarece o crediário que responde, na média do varejo, por mais de 70% das vendas.

Dívidas – A inadimplência das famílias é elevada. Em Vitória atinge 66,6% dos consumidores. E 9,9% das famílias que possuem dívidas afirmaram não ter condições de quita-las, segundo a “Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor”, feita em novembro pela Fecomércio-ES. Na Grande Vitória os maus pagadores são 480 mil, conforme mostram dados do Serviço de Proteção ao Crédito.

Descapitalização do interior – A crise no preço final do café, abaixo do

custo de produção, tem reduzido expressivamente a circulação de dinheiro

no interior capixaba. Na maioria dos municípios, a cafeicultura é a principal

atividade econômica. Não se crê em melhora nos próximos meses.

Copa do Mundo – Para vários comerciantes, o efeito da Copa do Mundo pode não ser tão bom assim. Alegam que o evento concentrará o consumo nas sedes

dos jogos, tirando alguma coisa dos demais estados.

Baixo crescimento – O PIB encruado complica o cenário. Para 2013, estima-se que o Brasil terá pibinho próximo de 2,5%. No Espírito Santo, nem isso. Se o cálculo da Federação das Indústrias se concretizar, o crescimento será negativo: -1%. O ritmo claudicante não deve se modificar nos primeiros meses do próximo, para a maioria das atividades. Implantação e maturação de investimentos industriais são naturalmente lentas.

Fonte: Coluna Economia Capixaba -ÂngeloPassos – A Gazeta – 30/11/2013

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