Número de capixabas endividados e inadimplentes reduz em janeiro
Primeiro mês do ano apresenta queda de 10,6% no endividamento e inadimplência do consumidor na Grande Vitória acompanhado do menor nível de endividados com contas em atraso desde novembro de 2011
Após constantes aumentos no índice de endividados durante o segundo semestre de 2014, o percentual de famílias endividadas na Grande Vitória recuou em janeiro. O total de endividados caiu de 72,5% (76.930), em dezembro, para 61,9% (65.724) em janeiro. Houve também uma leve queda de 0,5% em relação a janeiro de 2014, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).A Federação avalia a queda no endividamento como reflexo da crise econômica nacional que abala a perspectiva de melhora profissional, além da persistência inflacionária que tornou a atingir a média de 6,99% e a trajetória de alta nos juros, o que torna o consumidor mais cauteloso, dando prioridade a bens e serviços de primeira necessidade (por exemplo, alimentação, transporte, energia e água).A queda no total de endividados na passagem de dezembro para janeiro ocorreu tanto no grupo de famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos (de 72,9% para 63,7%), quanto no grupo daquelas com ganhos acima de 10 salários mínimos (de 70,1% para 50,7%). “No entanto, o endividamento é maior entre àquelas de baixa renda, pois tem o orçamento mais afetado pela inflação e encontram mais dificuldades em lidar com os juros do cartão de crédito”, destaca José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio-ES.Janeiro tem o menor nível de endividados com contas em atraso desde novembro de 2011O endividamento entre consumidores capixabas continua caindo. O acréscimo do 13º salário na renda familiar serviu de auxílio às famílias que procuravam quitar dívidas acumuladas. O mês de janeiro segue com a quarta queda consecutiva no número de endividados com contas em atraso, recuando de 20,8% (22.029) em dezembro para 16,9% (17.981) em janeiro – sendo o menor percentual de consumidores nesta situação desde novembro de 2011 (15,2%).Impossibilidade de pagar contas está ligada ao exagero no uso do créditoDepois do percentual de dívidas atribuídas ao cartão de crédito despencar de 87,4% em junho para 64,2% em dezembro, as famílias retomaram o uso do dinheiro de plástico na hora das compras, tornando-o o principal tipo de dívida com 73% em janeiro. Em seguida, estão financiamento de carro (14,1%), carnês (12,2%) e crédito pessoal (11,7%).Já o porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso tornou a subir levemente, após constantes quedas desde setembro, alcançando 5,1% (5.462) em janeiro ante 4,9% (5.217) em dezembro. O nível, no entanto, é menor do que o de janeiro de 2014, quando foi de 5,8%.Comprometimento com dívidas e parcelamentosEm janeiro, as famílias inadimplentes estão com dívidas acumuladas por mais tempo, com elevação no tempo médio em dias de 46,5% em dezembro para 57,6% neste mês. Grande parte delas (48,6%) tem contas atrasadas por mais de 90 dias, 37,6% delas possuem contas com pagamento atrasado até 30 dias.Sepulcri analisa que, por ser mais prático, seguro e ‘folgar’ a renda familiar em tempos de encarecimento de bens e serviços, reajustes e impostos, o cartão de crédito e outros meios de parcelamento fazem com que, dentre os endividados, 44,6% estejam comprometidos com dívidas até 3 meses e 36,8% deles, por mais de 1 ano.A PEIC aponta também que dentre os 65.724 consumidores que fizeram alguma conta, 44,3% deles vão precisar empenhar de 11% a 50% da renda para honrar as contas, 26,6% vão separar até 10% da renda e 21,8% terão mais de 50% da renda comprometida.
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