Inadimplência das famílias de Vitória cai em setembro, mas permanece em nível alto

Endividamento e Inadimplência
O endividamento das famílias de Vitória cresceu 0,9 pontos percentuais (p.p.) em setembro em relação a agosto. Os resultados mostraram que 77,4% das famílias estão endividadas, o que representa quase 99 mil famílias da capital do Espírito Santo, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Fecomércio-ES. Em relação a setembro de 2016, o endividamento ficou 10,7 p.p. acima.
Já a inadimplência apresentou uma queda de 2,3 p.p. em setembro em relação a agosto, mas ainda se mostra em nível alto, posto que 52,5% do total de famílias de Vitória estão com contas atrasadas. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o percentual mostrou uma alta de 19,4 p.p. O percentual das famílias que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso no próximo mês subiu para 8,2%.
Principais tipos de dívidas das famílias
O cartão de crédito continua sendo o principal tipo de dívida no ranking das famílias de Vitória, permanecendo no primeiro lugar e avançando 5,0 p.p. em setembro em relação a agosto. A utilização do crédito pessoal e dos carnês ficou em segundo e terceiro lugar representando, respectivamente, 43,7% e 42,2% das dívidas das famílias. Já o cheque especial cresceu sua participação para 28,9%.
Entre os endividados, a parcela de comprometimento da renda mensal com dívidas em setembro caiu para, em média, 16,5%, representando o menor nível da série histórica do índice. Aquelas famílias com contas ou dívidas já em atraso também afirmaram que há cerca de 60 dias, em média, possuem algum tipo de conta com pagamento atrasado. Ainda, segundo eles, sua renda estará comprometida com essas dívidas pelos próximos 7 meses.
A seguir tem-se o comparativo dos resultados de setembro de 2017 com o mesmo mês do ano passado (setembro de 2016) e com o mês anterior (agosto 2017) para todos os tipos de dívidas das famílias de Vitória.

Comentários
O mês de setembro foi marcado por uma queda, ainda que tímida, do indicador de inadimplência. Mas também apontou crescimento do número de famílias endividadas e do percentual das famílias que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso no próximo mês.
O que se percebe é que as famílias ainda se encontram em uma situação complicada de endividamento, pois não estão sendo capazes de cumprir os prazos estipulados, fazendo com que as dívidas se perpetuem ao longo dos meses.
Por outro lado, a diminuição dos custos do crédito fez com que o comprometimento da renda mensal com dívidas diminuísse. Esse efeito é resultado não só da queda nas taxas de juros em geral, mas também da substituição do empréstimo mais caro pelo mais barato, fatores que provocam uma diminuição do impacto da parcela do empréstimo na renda mensal. Este último, no entanto, não diminui o endividamento, apenas mostra um “alívio” no tamanho dos gastos mensais com a quitação das parcelas.
O desemprego ainda alto e utilização do crédito de forma não planejada e desestruturada, fazem com que os indicadores permaneçam em níveis elevados nesse cenário de dificuldades em equilibrar o orçamento mensal.
Fique atualizado
Assine e receba nosso conteúdo em sua caixa de entrada.