Espírito Santo cria 7.294 empregos formais em maio, com 96% das vagas no interior

O Espírito Santo registrou a criação de 7.294 empregos com carteira assinada em maio de 2025. O resultado foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que gerou 6.433 vagas, equivalentes a 88% do saldo total. A colheita do café foi o principal motor da geração de empregos, com 4.477 postos no mês. Somando abril e maio, o cultivo de café criou 7.942 vagas, o maior saldo já registrado para esse período desde o início da série histórica do Novo Caged.

Os dados foram analisados pela equipe do Connect Fecomércio-ES e apontam forte interiorização do mercado de trabalho. Com esse desempenho, 96,6% das novas vagas foram criadas no interior do estado. Municípios com vocação agropecuária lideraram o ranking: Sooretama (1.714), Jaguaré (661), Nova Venécia (606), Linhares (502) e Vila Valério (468).

Além da agropecuária, a indústria gerou 607 empregos, com destaque para os segmentos de manutenção de máquinas (325) e fabricação de alimentos (247). O setor de serviços criou 549 vagas, com foco em atividades administrativas, transporte e serviços técnicos. O comércio abriu 250 postos, concentrados no atacado e na reparação de veículos. Já a construção civil foi o único setor com saldo negativo, com 545 vagas a menos.

Apesar do resultado positivo, o saldo foi inferior ao de maio de 2024, quando o estado criou 7.637 vagas. No acumulado do ano, o Espírito Santo gerou 23.857 empregos, uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, “o mercado de trabalho capixaba segue resiliente, embora com um ritmo mais moderado em 2025. Os dados de maio mostram que a força da agropecuária tem sido decisiva para manter o saldo positivo no interior do estado.”

A formalização das contratações no campo também se destaca. Mais da metade dos trabalhadores contratados tem ensino fundamental incompleto, e os vínculos formais contribuem para reduzir a vulnerabilidade social. A expectativa para os próximos meses é de redução no número de vagas com o fim da colheita.

O presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Espírito Santo, Marcus Magalhães, chama atenção para o aquecimento do interior. “Estamos justamente no período de entrada de safra, e a colheita do conilon este ano veio forte. Mesmo com o avanço da mecanização, ainda falta braço: tirar 10, 12, 14 milhões de sacas da lavoura não é tarefa simples. O interior está fervendo de oportunidades ligadas ao café”, afirma. “Além disso, estamos vendo uma aceleração impressionante dos investimentos industriais no interior. Está acontecendo um êxodo rural ao contrário, com pessoas da cidade indo para o campo em busca dessas vagas, e o comércio e os serviços vão crescendo por arrasto.”

Além da geração de empregos, a cafeicultura capixaba se fortalece com a valorização dos cafés especiais, como microlotes fermentados e grãos com identidade de origem. Esse movimento abre espaço para novas oportunidades em áreas como torrefação, barismo, comércio exterior, logística e marketing, reforçando o papel do Espírito Santo como referência nacional em café de qualidade.

Para conferir o relatório completo clique aqui

Autor: Thalis Manhães – Produtor de Conteúdo do Connect Fecomércio-ES

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