Vendas do comércio capixaba registram alta de 3,5% em relação ao mesmo mês do ano passado
Elaboração: Assessoria Econômica Fecomércio-ES | Fonte: PMC/IBGE
O comércio varejista do Espírito Santo mostrou uma retração de 0,5% nas vendas na passagem de julho para agosto, série com ajuste sazonal, como mostra a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo IBGE. Apesar da queda mensal, no entanto, o desempenho das vendas na comparação anual apresentou avanço de 3,5% em agosto de 2017 frente a agosto de 2016.
Com esse resultado, o volume de vendas no comércio varejista acumulou no ano até agosto uma variação negativa de 5,0% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse mesmo indicador em 2016, ou seja, o acumulado do ano até agosto de 2016, mostrou uma queda de 11,3% em relação ao mesmo período de 2015.
Já no indicador dos últimos doze meses o comércio mostrou uma queda acumulada de 6,6%, sendo o menor acumulado desde novembro de 2015.
Desempenho por atividades
Na comparação entre agosto de 2017 e agosto de 2016, cinco dos dez segmentos pesquisados apresentaram variação positiva, destacando-se Veículos, motocicletas, partes e peças com crescimento de 45,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Outros segmentos eu tiveram altas significativas nessa comparação foram: Móveis e Eletrodomésticos 38,5% (com destaque para o segmento de Móveis que obteve variação positiva de 84,5%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e de comunicação com variação positiva de 31,6%.
Observa-se que os segmentos que apresentaram os crescimentos mais significativos foram os que tiveram os maiores recuos no passado, o que reflete o atendimento a uma demanda reprimida por esses produtos.
Já a maior queda ainda foi registrada pelo segmento de Material de Construção, que registrou uma queda de 15,2% em relação a agosto do ano passado.
Os segmentos de veículos, motocicletas, partes e peças e materiais de construção incorporam o comércio varejista ampliado que, em agosto de 2017, apresentou crescimento conjunto de 15,8% contra o mesmo mês do ano anterior, puxado pelo crescimento das vendas de veículos.
Brasil
No Brasil, o comércio varejista restrito também apresentou um recuo de 0,5% em relação a julho. Mas em relação ao mesmo mês do ano passado cresceu 3,6%. No acumulado do ano obteve uma variação positiva de 0,7% quando comparado ao mesmo período do ano passado. Já no varejo ampliado mostrou avanço de 7,6% frente ao mesmo mês do ano passado.
Desempenho dos Estados brasileiros
No mês de agosto de 2017, 17 dos 27 estados brasileiros mostraram variação negativa no volume de vendas do varejo quando comparados ao mês anterior. Os destaques foram Amazonas (-3,2%) e São Paulo (-1,7%). Por outro lado, Tocantins (5,5%); Rondônia (3,9%) e Roraima (2,6%) mostraram os melhores avanços nas vendas frente a julho de 2017. Nessa comparação com o mês anterior o Espírito Santo ficou em 16º lugar no ranking da taxa de variação do volume de vendas nos estados, registrando variação negativa de 0,5%.
Já na comparação com o mesmo mês do ano passado (agosto 2016) o crescimento do Espírito Santo ficou em 18º lugar entre os 27 estados, registrando avanço de 5,5%, ranking no qual Santa Catarina ficou novamente em primeiro com crescimento de 16,4%. O último colocado nessa comparação foi o estado de Goiás, com recuo de 8,0%.
Comentários
Após crescimentos sucessivos, embora tímidos, o comércio varejista do Espírito Santo apresentou pequeno recuo na comparação mensal do mês de agosto em comparação com o mês de julho. Por outro lado, relativamente ao mesmo mês do ano passado, o avanço das vendas do comércio restrito foi na ordem de 3,5%. No varejo ampliado foi ainda mais significativo, com alta de 15,8%. Outro indicador relevante e positivo é que a variação negativa acumulada em 12 meses (varejo restrito) continua diminuindo e é a menor registrada desde novembro de 2015, o que significa dizer que números ruins estão ficando para trás.
No primeiro semestre do ano fatores como a liberação dos recursos de contas inativas do FGTS junto ao esforço dos comerciantes em anunciar promoções e melhores condições para a compra contribuíram para os pequenos incrementos positivos. Com o fim da injeção desses recursos era esperado uma ruptura no crescimento dos indicadores mensais. Outra reflexão é que as vendas tenham se acomodado nesse mês não só pela sequencia positiva que vinha apresentando, mas também por uma espécie de preparação para as compras de final de ano.
Apesar da queda mensal, continua evidente que os resultados são melhores que os registrados no ano de 2016. Mas para alavancar as vendas do comércio, o grande desafio continua sendo a retomada da disposição do consumo das famílias que certamente será influenciada mais fortemente pela recuperação dos empregos. Para 2017, a Fecomércio-ES acredita que é possível vislumbrar um resultado melhor para o fechamento do ano, mas crescimentos mais significativos devem acontecer a partir de 2018.
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