Perspectiva de melhora profissional estimula a intenção de consumo em Vitória

A intenção de consumo cresceu 3,2% em junho, puxada pela perspectiva de melhora profissional que aumentou 9,3%

As famílias da capital sinalizam, aos poucos, a recuperação da confiança nos rumos da economia. Em junho, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), no município de Vitória, mostrou melhora, com variação positiva de 3,2%, ficando em 63,3 pontos, na comparação com maio de 2016. Mas, ainda registra queda na comparação ao mesmo mês de 2015 (-19,4%).O consumo das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou crescimento de 4,3%, já entre aquelas que possuem renda acima de dez salários mínimos houve queda de -1%. Apesar dos resultados positivos em junho, as quedas na comparação anual são significativas, de acordo com assessoria de economia da Fecomércio-ES. ConsumoO componente do Nível de Consumo Atual apresentou queda de -2,6% em relação ao mês anterior, e registrou variação negativa de -50,5% comparativamente ao mesmo mês do ano passado. A maior parte das famílias (74%) declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado. O componente está bem abaixo do nível de indiferença, em 35,5 pontos, o que mostra a insatisfação/pessimismo para as compras em junho.Já as Perspectivas de Consumo para os próximos seis meses melhoraram, apresentando variação positiva de 5,2% em relação ao mês anterior. No entanto, na comparação em relação a junho de 2015, o componente ainda apresenta queda de -27,4%. Mesmo com a melhora na comparação mensal, 66% das famílias afirmaram que o consumo será menor nos próximos meses em relação ao mesmo período do ano passado. O índice está em 46,6 pontos.O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Guarapari, Carlos Hoffman Pádua, percebe um baixo nível de consumo, inclusive em datas comemorativas, mas aposta no otimismo consciente para que as coisas voltem a um bom patamar para o comércio. “Desde de janeiro o comércio vivencia uma queda vertiginosa, mesmo em datas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, quando as pessoas optaram por uma lembrancinha, no lugar de presentes mais robustos. Inadimplência é outro fator que está em crescimento e puxa pra baixo o consumo. Apesar disso existe um otimismo de que as coisas possam melhorar. A queda do dólar facilita a compra de importados e pode influenciar positivamente no comércio, mas ainda não é ideal”, diz.De fato, a data comemorativa do Dia dos Namorados apresentou o pior desempenho, em todo o país, desde o início da série, em 2006, segundo o indicador da Serasa Experian de Atividade do Comércio: registrando queda de -9,5% na semana de 06 a 12 de junho e -10,7% no fim de semana (de 10 a 12) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Acesso ao créditoO acesso ao crédito para compras a prazo apresentou queda em relação ao mês anterior (-3,3%) e na comparação anual (-6,2%). A intenção de compras a prazo ainda está prejudicada pelo encarecimento do crédito e pelo alto endividamento das famílias. Esse fator reflete na avaliação para a compra de duráveis, na qual a maior parte das famílias, 74,1%, considera o momento atual desfavorável para aquisição de duráveis.“O crédito mais escasso e mais caro, a queda do poder de compra dos consumidores junto ao desemprego, e a inflação ainda em patamar elevado, prejudicam diretamente o movimento nas lojas”, destaca o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri.EmpregoO componente Emprego Atual registrou leve aumento de 0,8% em relação ao mês anterior, mas ainda registrou queda de -14,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O percentual de famílias que se sentem menos seguras em relação ao emprego atual caiu de 31,9% para 29,7% em junho. E a avaliação sobre a perspectiva de melhora profissional cresceu 9,3%. Nesse contexto, aumentou de 29,1% para 32,4% o percentual das famílias que esperam uma melhora no emprego para os próximos seis meses.“O nível de desemprego é preocupante. São quase 12 milhões de desempregados em todo o país e isso afeta diretamente o consumo. Quem recebeu os direitos trabalhistas vai segurar o dinheiro até arrumar um outro emprego, contendo os gastos”, opina Hoffman.

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