Pagamento à vista poderá ter desconto

O Senado aprovou nesta quarta-feira (6) o projeto que permite ao comerciante cobrar preços diferentes para quem paga com dinheiro ou com cartão de crédito. O próximo passo é encaminhar o projeto para análise da Câmara dos Deputados.O projeto susta uma resolução do extinto Conselho Nacional de Defesa do Consumidor que estava em vigor desde 1989. A resolução proíbe cobrança diferenciada se o pagamento for feito por meio de cartão de crédito.A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES), é favorável à classificação dos pagamentos por débito automático como à vista. Para José Lino Sepulcri, presidente da entidade, a medida forçará as operadoras de cartão de crédito a baixarem as taxas cobradas por operação. De acordo com Sepulcri, isso acabará diminuindo os preços para o consumidor final.“Lutamos muitos anos para haver um diferencial de preço para quem paga à vista com dinheiro e quem parcela no cartão. Ao parcelar as compras em quatro vezes, por exemplo, está inserido no valor dessa compra as despesa financeiras.Não é justo que consumidor que compra à vista e paga em dinheiro seja penalizado”, explicou Sepulcri. De acordo com o presidente da Fecomércio-ES, a cada 10 compras realizadas nas lojas do Estado, nove são pagas com cartão de crédito.Em dados absolutos, um estudo da Fecomércio mostra que no Estado 88,8% prefere pagar as compras com cartão de crédito. O percentual de pessoas que pagam com cheque pré-dadato de 1,2%.O presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), João Carlos Devens, ressalta que nos supermercados a tendência é de que os alimentos eprodutos comercializados fiquem mais baratos para compras à vista. “A diferenciação de preço vai nos permitir dar um desconto maior para compras à vista. Com isso, os alimentos podem ficar mais baratos. Isso é uma tendência de mercado”, afirmou.Devens pontua os altos custos do cartão de crédito, onde a taxa de administração chega a até 7% por compra, e o aluguel da máquina que pode chegar a R$ 123. “Desta forma, é claro que os consumidores que compravam em dinheiro eram penalizados”.

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