Intenção de consumo das famílias de Vitória segue baixa
Mais uma retração marcou o resultado de junho da pesquisa que mede a intenção de consumo das famílias de Vitória, que retraiu 10,8% em relação a maio e atingiu 41,8 pontos, como mostra a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no município, divulgada pela Fecomércio-ES. O indicador também apresentou recuo na comparação anual, com junho de 2016, registrando queda de 34,0%.
O índice ICF varia de 0 a 200 pontos, na qual 0 significa insatisfação total e 200 significa satisfação total em consumir. Desde março de 2015, o índice se encontra no patamar de insatisfação, abaixo de 100 pontos.
Dos sete componentes do índice, seis apresentaram variações negativas no mês de junho em relação ao mês anterior. A exceção foi a avaliação sobre o Emprego Atual, que cresceu 2,6% em relação a maio, mostrando que os chefes das famílias se mostram menos inseguros no emprego. Apesar do crescimento esse indicador ainda se encontra abaixo de 100 pontos, no nível de insatisfação. O que mais influenciou negativamente o índice geral na comparação mensal foi a avaliação sobre a perspectiva profissional, que caiu 24,0% em relação a maio, marcando 17,0 pontos.
Emprego
Apesar de estar no nível de insatisfação, o Emprego Atual é o componente que possui a melhor avaliação entre todos os pesquisados, marcando 99,6 pontos com crescimento de 2,6% em relação ao mês anterior e 10% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Já o componente das Perspectivas Profissionais é o que possui o mais baixo valor, 17,0 pontos. Esse indicador mostra a avaliação sobre expectativa de melhoria profissional nos próximos meses e registrou o maior recuo entre todos os componentes em relação ao mês anterior, com uma queda de 24,0% em junho em relação a maio. Em relação ao ano passado a queda chega a 75,2%.
Consumo
O Nível de Consumo Atual foi o segundo componente com maior recuo na passagem de maio para junho, com queda de 20,3%, registrando 23,0 pontos, o que significa maior insatisfação para o consumo.
E as Perspectivas de Consumo para os próximos seis meses acompanhou a queda, sendo o terceiro componente com maior queda na passagem mensal, 17,2%. O componente está com 27,0 pontos.
Renda e crédito
A avaliação da Renda Atual em relação ao mês anterior obteve recuo de 17,0%, chegando a 45,5 pontos. As Compras a Prazo, na qual avaliam sobre o acesso ao crédito em relação ao ano passado, caíram 15,9% em relação ao mês anterior.
Brasil
A ICF apurada para o Brasil alcançou 77,1 pontos em junho de 2017, registrando queda de 0,7% em relação a maio, mas aumento de 12,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Comentários
A intenção de consumo das famílias segue baixa em junho e mostra o menor nível da história do índice, iniciada em 2010. Novamente, o resultado negativo foi influenciado, principalmente, pela piora da avaliação das Perspectivas Profissionais.
A falta de expectativas de melhoria profissional reflete a preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho e tem deixado o consumidor retraído para as compras não disposto, inclusive, a avançar no patamar de consumo em que se encontra atualmente. Esse sentimento é refletido nos demais componentes, que recuaram na variação mensal e também na anual.
O peso do desemprego é maior que todas as demais medidas tomadas para incentivar o consumo. Por mais que o mercado de trabalho do Espírito Santo tenha começado a dar sinais de melhoria, a taxa de desocupação ainda está alta e o efeito positivo que marcaria a volta das famílias às compras ainda pode demorar um tempo. O endividamento e a inadimplência, que estão em patamares elevados, são outros dois fatores que afetam diretamente a percepção de sua renda e capacidade de consumir.
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