Intenção de consumo das famílias capixabas segue em redução

O consumo das famílias capixabas segue em queda, desde outubro do ano passado, de acordo com a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias Capixabas (ICF). Em fevereiro, o índice registrou 102,3 pontos, cerca de 2,8 pontos a menos do que em janeiro deste ano, quando chegou aos 105,1 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, a retração foi de 15 pontos.Na avaliação por faixa de renda, as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos apresentaram queda de 3,9 pontos na intenção de consumo em comparação à janeiro, quando a pontuação chegou aos 106,9. Já as famílias que ganham mais de dez salários mínimos passaram a consumir um pouco mais. Em janeiro o grupo apresentava 93,3 pontos na intenção de consumo, em fevereiro este número subiu para 98,1 pontos, mas ainda abaixo do nível satisfatório de 100 pontos.Um dos grandes vilões para a queda na perspectiva de consumo dos capixabas é a dificuldade no acesso ao crédito, que apresentou retração de 6,8% em fevereiro, atingindo em fevereiro 115,7% ante 122,5%. Outro entrave para o consumo das famílias se dá por conta dos custos fixos de começo de ano – IPVA, IPTU, material escolar, entre outros. A tendência é que as famílias continuem poupando nos próximos meses.Além disso, os capixabas consideram que o momento é ideal para o consumo de bens duráveis, que registrou crescimento Já na avaliação do consumo de bens duráveis consta uma leve melhora de 2,7 pontos, passando de 86,0 em janeiro para 88,7 pontos em fevereiro, mas também abaixo do nível considerado satisfatório. “O elevado custo do crédito e o nível de endividamento, atrelados as incertezas econômicas que regem o país e, acabam por colaborar com o desaquecimento do consumo, da intenção de compras a prazo no Estado. A expectativa é de que esse cenário mude”, revela o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri.Pessimismo com o mercado de trabalho e insatisfação com a renda familiar tem leve quedaNo ICF de fevereiro, o capixaba declarou sentir-se ainda mais seguro com o atual emprego. A avaliação quanto à satisfação profissional atingiu 138,8 pontos neste mês, enquanto em janeiro registrou 128,1 pontos. E mais da metade das famílias que moram na Grande Vitória – 51,1% – estão satisfeitas e seguras com sua situação profissional. O cenário positivo, no entanto, não acompanha a perspectiva profissional dessas famílias, que sofreu leve queda, passando de 43,6 em janeiro para 43,3 em fevereiro.