Inadimplência das famílias de Vitória apresenta melhor resultado desde 2017

Apesar disso, o nível
ainda é considerado alto

A inadimplência das famílias capixabas apresentou
mais um recuo, em junho, passando a 39,7%, que corresponde a cerca de 52 mil
famílias. Esse é o menor nível de inadimplência registrado desde fevereiro de
2017, quando foi de 35,7%. Já o endividamento em junho permaneceu no mesmo
patamar que o registrado em maio, em 66,1%, percentual que corresponde a cerca
de 86 mil famílias da capital. Quando comparado a junho de 2018, o
endividamento ficou 9,9 p.p. abaixo.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência
do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC), com análise da Assessoria Econômica da Fecomércio-ES.

O presidente da Fecomércio-ES, José Lino
Sepulcri, acredita que o recuo da inadimplência é um fator muito positivo, mas
ressalta que o percentual de famílias inadimplentes ainda é alto. Nesse
contexto, o presidente reforça que, “o grande desafio para a recomposição da
renda das famílias é a geração de empregos, mas o cenário do país continua
sendo de uma recuperação lenta e vem frustrando as expectativas sobre a
retomada da atividade econômica”.

Com isso, de um lado têm-se empresários
cautelosos com investimentos robustos, capazes de gerar mais empregos. Do
outro, têm-se os consumidores com baixa capacidade de pagamento e menor
disposição para o consumo.

Diante dos dados, percebe-se que os maiores
níveis desses indicadores são representados pelas famílias com renda mais
baixa, de até 10 salários mínimos. Impactadas na renda pela perda dos empregos
de integrantes da família e que encontram mais dificuldades para equilibrar o
orçamento mensal. E acabam, consequentemente, recorrendo às “soluções”
imediatas e caras de crédito para consumir bens de primeira necessidade e usar
nos gastos correntes do mês. Isso explica uma situação de baixo consumo e a
persistência de altos indicadores.

Aquisição de dívidas

Segundo a pesquisa, o cartão de crédito continua
figurando como o principal tipo de dívida e com significativo aumento em
relação ao mês passado, atingindo 81,5% famílias. A categoria “outros” é o
segundo tipo mais representativo (27,3%), devido ao crescimento de
financiamentos de casa e carro.

Brasil

O endividamento das famílias no país foi de 64,0%
em junho, o percentual de inadimplentes foi de 23,6% e 9,5% afirmou que não
terá condições de pagar suas dívidas no próximo mês.

Nota Técnica

Os dados da Pesquisa de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor (PEIC) são coletados em âmbito nacional pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e
disponibilizados às federações para a elaboração das análises de seus estados.
A pesquisa é realizada com uma amostra de, no mínimo, 500 famílias residentes
no município de Vitória – ES. A análise dos dados de Vitória-ES é realizada pela
Assessoria Econômica da Fecomércio-ES.