Inadimplência das famílias capixabas cresce em março e é a maior desde 2010

69,1% dos entrevistados estão endividados, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic)

O endividamento em março de 2017 atingiu 69,1% das famílias de Vitória, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O percentual em março de 2017 corresponde à quase 88 mil famílias da capital e à maior taxa para o mês desde 2013.

Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o percentual ficou 12,6 pontos percentuais acima. Já o percentual das famílias que afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso ficou estável, em torno de 7%.

A parcela de comprometimento da renda com dívidas (como por exemplo, cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimo pessoal, prestações de carro) se manteve estável em relação a fevereiro, registrando uma média de 26% da renda total, considerado razoável para esses tipos de dívidas. E entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento é de 54 dias.

Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo, José Lino Sepulcri, a perspectiva menos positiva das famílias em relação a sua capacidade de pagamento está relacionada à conjuntura ainda desfavorável de juros elevados, além da queda da renda. “Sem planejamento e diante de juros tão altos, as dívidas aumentam rapidamente, principalmente quando recorrem ao cartão de crédito e ao cheque especial”, finaliza Sepulcri.

Tipos de dívidas

O cartão de crédito, que havia sido menos utilizado a partir da segunda metade de 2016, voltou a figurar como o principal tipo de dívida em 2017, mas, em março, registrou queda em relação a fevereiro. Em janeiro 61,4% dos entrevistados afirmou ter dívidas desse tipo, em fevereiro o percentual atingiu 72,3% e em março registrou 66,1%.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Vitória, João Elvécio Faé, o cartão de crédito é tipo de dívida mais popular entre os consumidores pela vantagem de oferecer mais tempo para os pagamentos. Entretanto, ele alerta: “Muitas vezes o que era uma vantagem vira um problema, pois os juros dos cartões de crédito são muito altos e vão criando uma bola de neve com dívidas maiores e mais longas”.

Outro movimento preocupante foi o aumento significativo do cheque especial, que atingiu o maior nível de utilização para toda a série histórica, sendo um dos tipos de dívidas para 32,3% das famílias endividadas. O segundo maior nível já havia sido atingido em fevereiro desse ano, com 28,2%. Só para se ter uma ideia, esse percentual sempre se manteve em torno de 10%. O crédito pessoal, com juros mais baratos, também vem sendo muito utilizado nos últimos meses.

Brasil

O percentual de famílias que relataram ter dívidas alcançou 57,9% em março de 2017, o que representa uma alta em relação aos 56,2% observados em fevereiro de 2017. Contudo, o indicador ficou abaixo dos 60,3% de março de 2016. Já a inadimplência aumentou em março de 2017, na comparação mensal, de 23,0% para 23,7% do total.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique atualizado

Assine e receba nosso conteúdo em sua caixa de entrada.

Formulário Newsletter