Fecomércio-ES constata quarta queda consecutiva de inadimplentes em Vitória

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro mostra melhora na percepção das famílias em relação ao seu endividamento, optando por outros meios de compra ao dinheiro de plásticoApós a maior alta de endividamento do ano registrada em novembro (72,6%), o percentual de famílias endividadas em dezembro apresentou um tímido recuo, ficando em 72,5% (76.930 endividados) e sendo mais acentuado em relação aos 74,8% de dezembro de 2013. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), As informações são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).A queda no total de endividados foi evidente entre as famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos, passando de 79,2% em novembro para 70,1% em dezembro. Já entre famílias com renda mensal abaixo de 10 salários mínimos, o percentual subiu de 71,6% no mês passado para 72,9% no atual mês.“É comum que famílias com renda maior evitem fazer novas dívidas tendo as taxas de preços e juros elevadas. Do contrário, as famílias com renda menor tendem a comprar mais, não observando tanto o rotativo dos cartões de crédito, por serem mais atraídas pelas promoções e a facilidade de obter crédito e empréstimo, conforme é apontado pela Intenção de Consumo das Famílias (ICF)”, considera o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri.Renegociações de dívidas reduzem número de inadimplentesDesde agosto, o percentual de inadimplentes vem caindo em média 1,5% a cada mês. Acompanhando a queda de 0,1% no total de endividados, o percentual de consumidores que afirmaram não ter condições de quitar as dívidas chegou a 4,9% em dezembro em relação ao mês anterior (5,3%) – atingindo o menor patamar em 2014.De maneira semelhante, os consumidores com contas atrasadas apresentou terceira retração seguida, passando de 22,5% em novembro para 20,8% em dezembro (22.029) – sendo também menor ante o mesmo período do ano passado (23,6% – 24.987).O presidente José Lino considera a importância de mutirões de renegociações de dívidas e como esse tipo de medida pode refletir positivamente no perfil do consumidor no final do ano. “O consumidor está procurando todas as formas de renegociação. Ele está priorizando as contas com juros mais altos, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. Alguns usam o 13º para pagar parte das dívidas, como uma entrada e parcelar o restante ao longo do próximo ano”, afirma José Lino.Capixaba opta por outros meios de compra ao dinheiro de plásticoAo longo do ano, o dinheiro de plástico veio perdendo espaço na hora das compras dos capixabas. De julho a dezembro, o percentual de dívidas atribuídas do uso de cartões de crédito recuou de 87,1% em início do segundo semestre para 64,2% no mês corrente. Segundo Sepulcri, o endividamento e incertezas na economia fizeram o consumidor migrar para o uso do débito e dinheiro em espécie.Ainda assim, o cartão de crédito permanece como o maior vilão do consumidor. “Os juros aumentam os valores e isso intimida o consumidor”, afirma o vice-presidente da Federação, Idalberto Luiz Moro. Em compensação, a taxa de financiamento de carro aumentou para 16,3%. Verificou-se leve aumento no uso de carnês, subindo para 12,4% nesse mês. Tais variações podem ser observadas em ambas as faixas de renda.Comprometimento com dívidas e parcelamentosDentre as famílias com contas em atraso em dezembro, 50,3% delas afirma ter alguma conta com pagamento atrasado há 30 dias, e 30,8% dizem ter alguma dívida por mais de 90 dias. Já dentre os 76.930 consumidores endividados, 35,7% deles estão comprometidos com dívidas até três meses, 30,1% estão por mais de um ano.Na hora de considerar o total da renda mensal familiar, 48,8% dos endividados em dezembro terão de 11% a 50% da renda destinadas ao pagamento de contas e parcelas. 24,5% terão até 10% da renda comprometida e 22,8% vão separar mais de 50% da renda para honrar os compromissos.Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

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