Expectativa para contratação temporária no final deve crescer até 2,5%
Segundo a Fecomércio-ES, a alta na inflação, o difícil acesso ao crédito e a dificuldade em quitar as dívidas devem reduzir o consumo das famílias.
A estimativa de contratação de mão de obra temporária para o final do ano está projetada em 2% e 2,5%, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES). Em números absolutos, as contratações temporárias devem somar cerca de 2 a 2,5 mil empregos. De acordo com o presidente da entidade, José Lino Sepulcri, “a porcentagem reflete um ano com a atividade econômica mais lenta e de poucos incentivos ao consumo”.No ano passado, o comércio, que concentra 70% das contratações, abriu aproximadamente 4 mil vagas temporárias. O faturamento do comércio capixaba no fim deste ano deve ficar aquém dos 12,2% apurados no Natal passado. “Isto, porque a alta na inflação e o difícil acesso ao crédito, devido à inadimplência das famílias capixabas no primeiro semestre do ano, desestimulam os consumidores às compras”, explica o presidente da Fecomércio.Para o vice-presidente da Federação, Idalberto Luiz Moro, existe uma linha tênue entre a necessidade e o exagero na hora de comprar. “Existe uma concepção de que parcelar as compras facilita o pagamento. Não é exatamente desta forma que acontece. Os juros aumentam os valores e isso intimida o consumidor que, no final, se vê sem condições de quitar as dívidas”, destacou.Os dados da Fecomércio-ES confirmam: 10% das 65 mil famílias endividadas em agosto se disseram sem condições de honrar seus compromissos. Tanto o consumidor quanto o comerciante são prejudicados, pois com dívidas atrasadas, a primeira solução para o consumidor é evitar o consumo e economizar.Além disso, grande parte das famílias têm boa parte da sua renda mensal comprometida com transporte, moradia e alimentação. E quando há dívidas em atraso e alta na inflação, não há espaço, tampouco segurança, para compras que poderiam acontecer no final do ano. “Se não há compras, não há movimentação no comércio. Se não temos um volume considerável de consumidores dispostos a comprar, os lojistas não veem a necessidade de mais vendedores”, finaliza Sepulcri.
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