Estabiliza Número de Endividados em Vitória
Dados da Fecomércio-ES mostram que os consumidores têm priorizado o pagamento de dívidas para retomar o consumoA Pesquisa de Endividamento de Inadimplência do Consumidor (PEIC) do mês de fevereiro confirma a tendência de valorização do dinheiro por parte dos moradores de Vitória. O índice passou dos 62,8% para 62,3% entre janeiro e fevereiro. Em números reais são menos 552 pessoas endividadas na capital capixaba. Esta é a menor quantidade de endividados desde maio de 2015 quando chegou aos 60,7%, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES).As dívidas contraídas por meio do cartão de crédito permanecem em primeiro lugar, respondendo por 73,5% dos endividamentos, seguido pelos carnês (26,7%), crédito pessoal (8,7%) e financiamento de carro (8%). Apesar disso, 37,3% declararam não possuir dívidas deste tipo, 28,7% estão pouco endividados e 12,4% disseram estar muito endividados. Dentre os endividados, 46,9% possuem contas em atraso e outros 52,7% estão com o seus compromissos em dia.O presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, diz que a redução no número justifica o aumento da intenção de consumo, pois a diminuição das dívidas tem relação direta com o aumento do consumo. “Quando a pessoa consegue manter seus compromissos em dia, isto faz com que ela esteja mais disponível a consumir outros produtos, porque percebe condições favoráveis para tal. Além disso, temos a situação econômica do país que ainda não transmite segurança aos capixabas, forçando-os a economizar e poupar”, revela.Condições e tempo de pagamento das parcelas em atraso Os que possuem dívidas em atraso, 44% não conseguirão honrar seus compromissos no próximo mês; 34,8% vão conseguir parcialmente e outros 21,3% manterão as contas em atraso. O tempo de atraso supera os 90 dias para 50,4% dos endividados – destes 55,1% recebem menos do que dez salários mínimos; entre 30 e 90 dias atinge 24,3% e até 30 dias soma 25%.Tempo e parcela da renda comprometidaO tempo de dívida atinge 46,8%, que estarão endividados entre seis meses e um ano e 30,4% as pagarão entre três e seis meses. Nos extremos, 7,3% ainda terão contas a pagar por até três meses, enquanto outros 15,5% pagarão compromissos por, pelo menos, um ano. O comprometimento da renda de 11% a 50% com dívida atinge a maioria dos endividados (60,4%). Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Vitória, João Elvécio Faé, os abonos dados no final do ano, bem como os mutirões de renegociação de dívidas, aumentaram a expectativa de uma menor inadimplência, mas o mercado não ajuda. “As pessoas estão alongando a dívida com esperança de pagar. Acontece que muitos estão desempregados, outros já não possuem o mesmo poder de compra do período em que assumiu a dívida e por isto continuam com dificuldades. Esta situação pode gerar um gargalo muito grande daqui um tempo. Basta saber que a proporção de cheques devolvidos por falta de fundos no país, em janeiro, atingiu 2,41%, segundo o Serasa. Esta foi a maior taxa já registrada para esse mês, nos últimos 24 anos. A economia está estagnada”, diz.
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