Endividamento atinge 66,7% das famílias na capital

Índice saltou de 63,3% para 66,7%, porém ficou 1,4 pontos percentuais abaixo do mesmo mês do ano anterior

O percentual de famílias endividadas de Vitória voltou a subir passando de 63,3% em agosto para 66,7% em setembro, entretanto, ficou 1,4 pontos percentuais abaixo que o mesmo período do ano passado. O total de endividados somou cerca de 84 mil famílias. Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).

Em relação aos inadimplentes o percentual subiu novamente atingindo 33,1% das famílias e é o maior registrado para o mês de setembro desde o início da série histórica em 2010. O percentual de famílias que afirmaram que não terão condições pagar as dívidas em atraso permaneceu praticamente estável em 6,5%.

Já nas famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso para o pagamento que em setembro de 2015 era de 61,5 dias, passou a 51,1 dias em setembro de 2016.

Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Guarapari, Carlos Hoffmann Pádua, as famílias estão cada vez mais endividadas em função de itens básicos do dia-a-dia. “Apesar de colocarem o pé no freio nas compras nesse momento de crise, existem produtos de primeira necessidade que precisam ser consumidos. Como muitas vezes os consumidores não dispõem de dinheiro vivo, acabam optando pelo crédito e assumem dívidas”, diz.

Tipos de dívidas

Entre as famílias endividadas, a parcela de comprometimento com dívidas (como por exemplo, cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimo pessoal, prestações de carro) foi, em média, de 25,2% da renda, menor que a registrada em agosto (27,3%).

As famílias têm buscado outras formas de se financiar, mas continuam tendo o cartão de crédito como o principal tipo de dívida em 56,5% delas. No mesmo mês do ano passado o cartão de crédito correspondia a 66,5% das dívidas da família. Em setembro de 2016, observou-se um aumento significativo da categoria crédito pessoal, que passou para 39,2% e os carnês, que passou para 31%.

Renda familiar

Na análise por renda familiar, o percentual de endividados é maior entre as famílias com renda de até dez salários mínimos (69,7%) enquanto para as famílias com renda maior o percentual atinge 47%.

Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri o cartão de crédito sempre apareceu nas pesquisas como principal financiador de compras e as altas taxas de juros cobradas fazem com que a dívida cresça muito em pouco tempo. “Esse é um fator que, somado às perdas dos empregos, fazem com que as famílias percam a capacidade de pagamento das dívidas adquiridas e passam a acumular saldos devedores, contribuindo para a persistência do alto endividamento e da inadimplência”, completa.

O presidente revela que a expectativa para os próximos meses é que com o recebimento do 13º salário o percentual de inadimplentes diminua, sendo possível um pouco mais de consumo no final do ano.

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