Consumo das Famílias Capixabas Registra Maior Recuo no Ano
Em novembro, a intenção de consumo retraiu sete pontos. E nos últimos 12 meses, o recuo atingiu 49,9 pontos.
Neste final de ano, os capixabas estão menos dispostos ao consumo. Em novembro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), retraiu sete pontos em relação a outubro, e atinge a sua menor pontuação na série histórica. Nos últimos 12 meses, o índice recuou 49,9 pontos – somente em 2015 o ICF retrocedeu 44,7 pontos. A insegurança e instabilidade da economia influenciaram diretamente nas vendas, segundo o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. “A economia caminha na contramão do consumo e o consumidor reage a isto. As condições não estão propícias à aquisição do que não seja essencial para a sobrevivência. Infelizmente os números da pesquisa de intenção de consumo tem sua maior queda, justo no penúltimo mês do ano. Isto significa que as vendas neste final de ano podem ficar aquém do desejado”, diz.Situação do emprego, da renda e perspectiva profissionalCerca de 35,3% dos entrevistados se dizem menos seguros com o seu emprego em relação ao ano passado e 58,8% não têm perspectiva profissional nos próximos seis meses – desses, 60,4% recebem menos do que dez salários mínimos. A situação da renda não agrada a 55% dos entrevistados, que a consideram pior do que no ano passado – 59,4% recebem menos do que dez salários mínimos.Acesso ao crédito, consumo atual, expectativa de consumoO acesso ao crédito está mais difícil para 47% e outros 22,3% consideram que conseguir empréstimo ou crédito está igual ao ano passado. 70% consideram estar comprando menos do que em 2014. Apenas 11% julgam ter aumentado o seu volume de compras. A expectativa para o segundo semestre também é menor, com 60,6% pretendendo consumir menos nos próximos meses.O momento é considerado ruim para o consumo de bens duráveis por 64,9% dos entrevistados. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Cariacica, José Antônio Pupim, o resultado é uma surpresa. “É uma situação inédita. Esperamos que o sentimentalismo da época do Natal faça o consumo ser retomado, mas sabemos o quanto isto será complicado. Apesar de todos os indícios de que esta queda pudesse acontecer, fomos pegos de surpresa. Boa parte dos comerciantes ainda acredita num crescimento das vendas, ainda que menor do que nos anos anteriores, embora não é isto o que estamos presenciando”, revela.
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