Confiança dos empresários de Vitória recua, mas ritmo de retração diminui, mostra Fecomércio.

Avaliação em relação às atuais condições da economia e de investimentos puxaram o resultado negativo, mas expectativas estão melhores

A confiança dos empresários do comércio da capital capixaba apresentou variação negativa no mês de junho em relação a maio de 2016. O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) atingiu 70,3 pontos, uma queda de 0,9%. O ritmo de retração diminuiu, posto que na comparação de maio com abril a queda foi de 5,6%. Em relação ao mesmo mês de 2015, o índice registrou uma queda de 4,7%, segundo a pesquisa divulgada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES).

O resultado negativo foi influenciado pela queda nas avaliações das condições correntes e de investimentos. Em relação ao mês anterior, a maior queda foi no subíndice que avalia as condições atuais da economia brasileira, do setor e da empresa, com 14,1%. E em relação ao mesmo mês do ano anterior a queda foi de 22,4%. Dentro dessa avaliação, o que mais afetou o índice foi a análise sobre a economia brasileira, na qual 78% dos empresários entrevistados afirmaram que as condições atuais da economia pioraram muito em relação ao ano anterior. E isso se refletiu, em menores proporções, na avaliação do empresário sobre a condição atual do comércio 59,2% avaliaram que piorou muito, já para a empresa, 45,9% avaliaram que piorou muito.

De acordo com a economista da Fecomércio-ES, Revieni Chisté Zanotelli, este é o quarto recuo consecutivo do índice. Entretanto, o ritmo de queda do índice de confiança diminuiu influenciado, principalmente, pela avaliação das expectativas sobre a economia brasileira, o setor e a empresa para os próximos meses.

Embora o volume de vendas do comércio varejista tenha melhorado 0,5% em abril em relação a março, a demanda do comércio continua baixa sendo que, nos primeiros quatro meses do ano, o comércio capixaba acumula uma retração de -9,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE.

Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, a retomada da confiança é feita com cautela. “Aos poucos o empresário começa a recuperar a confiança na economia, mas ainda não considera o cenário confortável para realizar investimentos”, diz.

Investimentos e Expectativas

A avaliação sobre as condições de investimentos obteve queda de -3,0% em relação a maio e -11,2% em relação a junho de 2015. Nesse contexto, 82,2% dos empresários afirmaram que o nível de investimentos das empresas está menor que no ano passado. Dentro da avaliação desse subíndice, está também a expectativa de contratações para os próximos meses, na qual 84,3% afirmaram que deverá reduzir o quadro de funcionários.

Já o subíndice que reflete as expectativas dos empresários do comércio para os próximos seis meses mostrou variação positiva de 4,1%. A melhora no subíndice foi influenciada pela melhora na avaliação das expectativas para a economia brasileira, que subiu 12,9%. A avaliação sobre as expectativas do setor também melhorou 4,4%. Este subíndice é o único que se encontra no patamar de otimismo/satisfação, com 117,8 pontos.

Pela análise do porte da empresa, as expectativas são melhores para as empresas que possuem até 50 funcionários, na qual o índice registrou 119 pontos e cresceu 4,1% em relação a maio. Já para as empresas com mais de 50 empregados as expectativas ainda estão baixas, com um índice de 59 pontos e variação negativa de -5,1% em relação ao mês passado. A pesquisa mostra que a avaliação das condições atuais do empresário de menor porte está baixíssima, com 27,9 pontos, mas apesar disso, são os mais otimistas para os próximos meses.

De acordo com a percepção do presidente do Sindicato dos Lojistas de Colatina, Carlos Roberto Zorzanelli, as pequenas empresas são as mais prejudicadas pela crise. “As pequenas sofreram mais prejuízos que as de grande porte, muito em função do capital que as maiores dispõem para suportar este momento difícil. Apesar disso é importante salientar que cada empresa vê a situação de um jeito, seja em função da área em que atue ou do município no qual esteja localizada”, ressalta.

Cenário Nacional

Para o Brasil, o ICEC subiu 2,1% em junho em relação a maio, mas ainda registrou queda de -4,8% em relação a junho de 2015, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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