Comércio Capixaba Registra Segundo Maior Recuo de Vendas no País

Volume de vendas em março apresentou retração de -5,2% ficando atrás do Acre (-6,9%)As vendas no comércio capixaba seguem diminuindo seu ritmo, na avaliação da Federação do Comércio Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES). Em março, o comércio registrou retração de -5,2% em relação a fevereiro, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. Entre os estados brasileiros, o Espírito Santo apresentou a segunda maior queda na comparação mensal do volume de vendas, ficando atrás apenas do Acre (-6,9%). A receita nominal caiu -4,0%. Para o Brasil, a queda no volume de vendas foi de -0,9% e de receita nominal de -0,4%.Na comparação com o mesmo mês do ano passado (março de 2015) a queda no Estado foi maior, de -9,6%, enquanto no país atingiu -5,7%, registrando a nona maior retração entre os 27 estados brasileiros. No primeiro trimestre do ano, o comércio capixaba acumula uma retração de -9,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado. As atividades que tiveram maiores retrações na comparação com o mesmo mês do ano anterior foram: Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação (-30,1%) e Móveis e Eletrodomésticos (-23,7%), com destaque para a queda na venda de Móveis (-45,9%). Algumas poucas exceções como Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentaram crescimento (+4,4%). Os bens de consumo duráveis são os que mais sentem o reflexo da perda do poder de compra do consumidor e da ausência de crédito, segundo o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. “Em um momento adverso como este, o consumidor opta por comprar apenas itens mais essenciais e prefere adiar a compra de um bem durável, como móveis, eletrodomésticos, equipamentos de informática e comunicação”, diz. Sepulcri destaca ainda que o varejista capixaba aguarda, com a mudança no cenário político, o retorno da economia. “Para o segundo semestre, esperamos medidas que façam alavancar o crescimento econômico do país”, diz.O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Gabriel da Palha, Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte, Audenir Gomieri, diz que a situação está complicada no norte capixaba. Segundo ele, o primeiro semestre está perdido. “Vamos esperar o que a nova equipe econômica decidirá para os próximos meses”.No comércio varejista ampliado, que incorpora os setores de veículos, motocicletas, partes e peças, e materiais de construção, a retração foi de -20,1% em março comparado com o mesmo mês do ano de 2015. Separadamente, a queda de vendas de veículos, motocicletas, partes e peças foram de -35,8% e de materiais de construção -10,5%.O consumidor capixaba freou suas compras, como pode ser refletido pela pesquisa do Índice de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela Fecomércio-ES, realizada no município de Vitória, como destaca a assessora de economia da Fecomércio-ES, Revieni Chisté Zanotelli. “Em janeiro de 2016, quando questionados sobre a perspectiva de consumo para os próximos meses, 67% das famílias disseram que o consumo da família, provavelmente, seria menor que o ano passado. Outro ponto a destacar é que no ICF de março, quando questionados sobre o momento para a compra de bens duráveis, 74% afirmaram que acreditam ser um mau momento. Todos esses fatores contribuíram para a perda de ritmo do varejo nos últimos meses”, pondera.

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