Capixabas Iniciam o Ano Mais Dispostos Ao Consumo
A intenção de consumo das famílias da capital cresceu 6,2% em janeiro deste ano, comparado com dezembro do ano passadoAs famílias estão mais propensas ao consumo em Vitória neste início de ano. É o que constata a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que cresceu 6,2% em janeiro, registrando 66,4 pontos ante os 62,5 pontos registrado em dezembro do ano passado de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES). Na comparação anual, o índice retraiu 38, 7 pontos e permanece abaixo da média considerada satisfatória, que é de 100 pontos.O período de alta temporada e férias colaborou para o resultado positivo, como pondera o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. “Dezembro, janeiro e fevereiro trazem bons números ao comércio por serem meses de férias escolares e de muitos trabalhadores , que suscitam o consumo, mesmo que em menor quantidade ou menos qualitativo, em função das atuais condições econômicas das famílias em geral”, diz.Emprego e perspectiva profissionalMesmo no cenário de incertezas econômicas, 34,1% das famílias capixabas consideram sua situação empregatícia igual ao mesmo período do ano passado; 26,6% estão menos seguros; 21,4% se sentem mais seguros, enquanto 17,4% estão desempregados. Em relação à perspectiva profissional, 59,1% não acreditam na possibilidade de alguma melhoria nos próximos seis meses. Já outros 35,4% creem na melhora profissional dentro do mesmo período.Renda e acesso ao créditoMetade dos entrevistados está insatisfeita com a situação da renda, em comparação ao mesmo período do ano passado: 31,9% considera que o quesito não se modificou no período e 17,9% se declararam satisfeitos.Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Guarapari, Carlos Hoffmann, a insatisfação se deve à ilusão de que existe correção do salário mínimo acima da inflação. “A defasagem do salário vem de muito tempo. Para dizer que ouve uma correção real, eles deveriam calcular, também, encima dos gastos advindos em virtude dos abusivos tributos embutidos em tudo o que se consome. Os preços dos produtos subiram de tal forma que o aumento salarial já não acompanha o mercado”, diz.Quanto ao acesso ao crédito, 34,7% o veem igual ao do mesmo período do ano passado, enquanto 30,8% consideram estar mais difícil consegui-lo e outros 24% percebem uma maior facilidade na obtenção do recurso.ConsumoApesar da demonstração de recuperação no índice, 71,1% dos entrevistados considera estar comprando menos do que em janeiro de 2015 e só 9,8% viram seu consumo aumentar no período – destes, 22,3% recebem mais do que dez salários mínimos. As perspectivas futuras revelam que a tendência de redução do consumo prossegue, com 67,3% declarando que pretendem consumir menos do que no ano passado.A baixa intenção de consumo reforça a ideia de que as famílias estão dando prioridade aos itens de primeira necessidade e descartando a aquisição de bens duráveis (eletrodomésticos, TV, som, etc), já que 67,3% consideram o atual momento mau para a compra deste tipo de produto.Cenário NacionalNo cenário nacional, a intenção de consumo aumentou. Em janeiro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) verificou um aumento de 1,3%, com 77,5 pontos, comparado a dezembro. E na comparação anual, o índice também está abaixo da linha de 100 pontos, que revela insatisfação com as condições atuais, que refletiu na queda de 35,3% na comparação com janeiro do ano passado.
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